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Apesar do esquema vacinal contra a Covid-19 estar caminhando em um bom ritmo no Brasil, quatro estados ainda apresentam baixa adesão ao imunizante: Roraima, Amapá, Pará e Maranhão. Nesses locais, menos de 60% da população vacinável, com 12 anos ou mais, tomaram a segunda dose, de acordo com o Ministério da Saúde.
A informação foi divulgada na 12ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite.
Os dados de 8 de dezembro também apontam que, nessas unidades da federação, as taxas de aplicação da primeira dose variam entre 61% e 80%. Os números do Ministério da Saúde são bastante próximos aos dados apresentados pelos vacinômetros das Secretarias Estaduais de Saúde.
Em Roraima, o vacinômetro registra 390.256 aplicações da primeira dose e 249.720 da segunda, até 9 de dezembro. Ou seja, pouco mais da metade da população de 652 mil habitantes do estado (estimativa populacional do IBGE em 2021) já se imunizou com a D1. No entanto, nove dos 15 municípios do estado estão com menos de 50% da população imunizada com duas doses.
No Amapá, também com dados de 9 de dezembro do vacinômetro da Secretaria de Saúde, 60,92% da população tomou a D1 e 39,86% tomou a D2.
Já no Pará, o índice da Secretaria Estadual de Saúde está atualizado e difere um pouco dos dados do Ministério da Saúde. Em 21 de dezembro, o vacinômetro registra 76,82% da população imunizada com a D1 (5.737.112 aplicações) e 65,8% com a D2 ou dose única (4.914.131 aplicações).
No Maranhão, a atualização de dados da Secretaria Estadual de Saúde também diverge dos índices de cobertura vacinal do Ministério da Saúde. De acordo com o vacinômetro, 79,74 % dos maranhenses tomaram a D1 (984.668 doses) e 71,46 % tomaram a D2 (850.754).
Vale lembrar que no último dia 10 de dezembro, o site do Ministério da Saúde e a página e o aplicativo do ConecteSUS - que fornece o Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 - sofreram um ataque de hackers.
Dados de vacinação são recuperados após ataque hacker, diz Ministério da Saúde
Em nota, a Secretaria de Saúde do Maranhão informou que, “em vista a baixa cobertura vacinal, o Governo do Maranhão colocou à disposição dos municípios com menor taxa de vacinação profissionais de saúde do estado para auxiliar na estratégia de vacinação contra a Covid-19. Cerca de 500 profissionais foram contratados – dentre técnicos de enfermagem e digitadores – para auxiliar os municípios com até 50 mil habitantes, para garantir a celeridade na imunização dos grupos prioritários”.
A Secretaria de Saúde de Roraima também comunicou por nota que a baixa procura pelas vacinas se deve à “resistência e desinformação. No entanto, para reverter essa situação e dar mais efetividade a Campanha de Vacinação no estado, o governo tem ajudado os municípios com ações realizadas de forma parceira para sensibilizar a população”.
“A medida mais recente, executada neste mês, é a parceria firmada pelo governo de Roraima com o Ministério da Saúde, a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) e 11 prefeituras em uma ação de intensificação da imunização. Em 11 dias foram aplicadas 10.442 vacinas, incluindo 3.479 primeira dose, 5.014 segunda dose e 1.949 doses de reforço.”
A equipe de reportagem do Brasil61.com entrou em contato com as Secretarias de Estado de Saúde de Amapá e Pará, mas não obteve respostas até o fechamento da matéria.
O infectologista do Hospital das Forças Armadas de Brasília, doutor Hemerson Luz, afirma que a baixa cobertura vacinal em um estado pode predispor o país ao surgimento de novas variantes do coronavírus.
“Isso porque o vírus continua circulando e se replicando. E as pessoas não vacinadas, ou vacinadas parcialmente, acabam sustentando essa disseminação. Quanto mais o vírus se espalha, maior a possibilidade de aparecerem novas variantes. Quanto maior a taxa de transmissão do coronavírus, ou da variante que está dominando o cenário epidemiológico, maior é a necessidade de cobertura vacinal.”
A secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Melo, orienta que a cobertura vacinal ideal para conter a propagação do coronavírus esteja acima de 90%.
“Há dois meses aproximadamente, nós acreditávamos que uma cobertura vacinal acima de 75% deixaria uma nação tranquila. Hoje, nós já sabemos que a Covid-19 não é bem assim. As coberturas vacinais têm que estar acima de 90%, quiçá 95%. Eu tenho certeza que, com a orientação, com essas campanhas que estamos fazendo, nós conseguiremos sim essa cobertura acima de 90%.”
De acordo com o balanço mais recente do Ministério da Saúde, divulgado nesta terça-feira (21), o Brasil registrou 3.621 novos casos e 75 óbitos por Covid-19. Desde o início da pandemia, mais de 22,2 milhões de brasileiros foram infectados pelo novo coronavírus. Além disso, já são 27 casos registrados da variante Ômicron em território nacional.
O estado com a maior taxa de letalidade entre as 27 unidades da federação continua sendo o Rio de Janeiro, com 5,14%. O índice médio de letalidade do país está em 2,78%.
Os números têm como base o repasse de dados das Secretarias Estaduais de Saúde ao órgão. Acesse as informações sobre a Covid-19 no seu estado e município no portal brasil61.com/painelcovid.
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