Data de publicação: 07 de Fevereiro de 2022, 09:30h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:35h
A taxa de incidência de dengue na região de Araguaína, ou seja, a quantidade de pessoas com a doença a cada 100 mil habitantes, preocupa autoridades. A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, assim como a zika e a chikungunya. Em um ano, os 17 municípios desta região de Tocantins confirmaram 2.120 casos de dengue; 87 de zika e 36 de chikungunya. Mais da metade foi no município de Araguaína: 1.236 de dengue; 29 de zika e 15 de chikungunya.
Colinas do Tocantins confirmou 459 casos entre uma população de 36 mil habitantes. Isso coloca o município entre aqueles que tem alto risco de epidemia de dengue, segundo critérios do Ministério da Saúde. O mesmo ocorre com Arapoema, Pau D'Arco e Santa Fé do Araguaia. O coordenador-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Cássio Peterka, explica que, hoje, mais de 70% dos casos de dengue se concentram em menos de 200 municípios do país. Mas ele lembra que isso não quer dizer que as cidades próximas não devam se preocupar.
“O vírus da dengue tem um potencial de distribuição geográfica muito rápida e muito grande, tanto que se a gente pegar regiões onde a gente tem uma baixa transmissão que sejam contíguas, principalmente regiões metropolitanas, regiões vizinhas, a gente vê essa expansão muito rápida. Porque a gente tem o vetor. O vetor estando presente, isso faz com que a gente tenha uma maior transmissão e as pessoas infectadas transitam por essas regiões.”
Dengue: mais de 70% dos casos se concentram em cerca de 200 municípios, nas demais cidades também devem agir
A tocantinense Bruna Marques teve dengue e conta como foi a recuperação. “Tive vários sintomas, como febre, falta de apetite, e decorrente da falta de apetite eu tive uma enorme perda de peso, acho que eu perdi sete quilos com a doença. Não fiquei internada, mas tive febre muito alta de 39 a 40 graus e muitas dores no corpo. Quando você já está no fim da doença, você sente uma ardência com coceira: começa pelas mãos e depois vai para todo o corpo. Tive pintinhas vermelhas também. E teve uma duração média de cinco a sete dias, depois já começou a passar.”
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Situação do País
O Brasil registrou queda 42,6% no número de casos prováveis de dengue entre 2020 e 2021. No ano passado, foram notificadas 543.647 infecções, contra 947.192 em 2020. Os dados são da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Entre os casos de zika, houve uma pequena redução de 15%, passando de 7.235 notificações em 2020 para 6.143 em 2021. Já a chikungunya registrou aumento de 32,66% dos casos, com 72.584 em 2020 e 96.288 no ano passado.
O sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília, Cláudio Maierovitch, destaca que 2020 foi um ano de muitos casos e, por isso, não se deve relaxar com a queda de contágios em 2021. “Mesmo não tendo havido aumento de um ano para o outro, essa não é boa comparação, uma vez que o ano anterior foi de números altos”, alerta.
Cuidados necessários
Devido às altas temperaturas e às chuvas abundantes, o verão é o período do ano em que os ovos eclodem e acarretam o aumento de infecção por dengue, chikungunya e zika. Por isso, fique atento às dicas para evitar a proliferação do mosquito:

- Vire garrafas, baldes e vasilhas para não acumularem água.
- Coloque areia nos pratos e vasos de plantas.
- Feche bem os sacos e lixo.
- Guarde os pneus em locais cobertos.
- Tampe bem a caixa-d´água.
- Limpe as calhas.
Para o combate é necessário unir esforços com a sociedade para eliminar a possibilidade de locais que possam acumular água. Os ovos da fêmea do Aedes aegypti podem ficar incubados durante um ano e eclodir em apenas cinco dias quando entram em contato com a água. "É preciso manter os cuidados durante todo o ano por 365 dias”, reforça o coordenador-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Cássio Peterka.
Veja no mapa a incidência de dengue no seu município