Data de publicação: 24 de Janeiro de 2021, 23:00h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:32h
Apesar de a confiança do empresário industrial apresentar crescimento, não significa que 2021 será um ano sem desafios para o setor. Especialistas acreditam que, além de o País ter que garantir um processo de imunização eficaz contra a Covid-19, o campo político deve estar voltado para medidas que ajudem no desenvolvimento das atividades econômicas.
Na avaliação do gerente de Relações Industriais da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), Maurício Laranjeira, a retomada depende, sobretudo, de duas condições relacionadas. São elas: o fato de o consumidor ter confiança de que continuará empregado e a consequência disso, que é a confiança da Indústria para continuar produzindo e contratando cada vez mais.
“Associado a tudo isso, temos que ver a questão das reformas estruturantes que o Brasil precisa. A gente sabe que, com a vacina, um grande obstáculo para a nossa economia começa a ser resolvido, pelo menos de maneira paliativa. Mas, as reformas estruturantes que o Brasil precisa continuam aí e não vão ser resolvidas com a vacina, como a reforma tributária e a reforma administrativa. Isso cria um estado mais justo, menos pesado”, destaca.
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De acordo com dados divulgados recentemente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o resultado do PIB brasileiro deve ter um recuo de 4,3% na comparação com 2019, enquanto o PIB industrial deve cair 3,5%. Para 2021, a projeção indica crescimento de 4% do PIB e de 4,4% do PIB industrial. Esses números poderão ser revisados ao longo do próximo ano.
O presidente FIEPE, Ricardo Essinger, entende que a recuperação já deu seus primeiros passos. No entanto, segundo ele, o crescimento econômico no terceiro e quarto trimestres não serão suficientes para salvar o ano.
“Será necessário equilibrar as contas públicas e atrair investidores que aceitem o risco do País. Para elevar a confiança dos investidores será necessário consolidar a reforma trabalhista e tirar do papel algumas reformas estruturantes, como as reformas administrativa e tributária, além do pacto federativo e as privatizações”, ressalta Essinger.
Desempenho de Pernambuco
Em 2020, Pernambuco chegou a contar com uma expectativa de alta na produção industrial de 2,4% no acumulado do ano, principalmente por conta da demanda reprimida. Em outubro, por exemplo, houve crescimento de 7,2%. A confiança dos empresários do segmento industrial apresentaram sinais de melhora, chegando a 58,9 pontos em dezembro.
No ano passado, o estado perdeu quase 15 mil postos de emprego entre janeiro e outubro de 2020. Em todo o País, foram mais de 170 mil. A taxa de desocupação entre os pernambucanos ficou em 18,8% no terceiro trimestre de 2020, se configurando como um dos estados com a taxa mais alta do Brasil, atrás apenas da Bahia, de Sergipe, de Alagoas e do Rio de Janeiro.