LOC.: A aprovação do Marco Legal das Startups (Projeto de Lei Complementar 146/19) pela Câmara dos Deputados é esperança para gerar mais empregos e renda em todo o País. É o que acredita o deputado federal Vinicius Poit (Novo/SP), relator do texto que pretende criar um ambiente de negócios mais favorável para as empresas que vivem de inovação. A matéria, agora, está com o Senado.
Segundo o parlamentar, ao contrário do que a criação de uma lei sugere, o projeto vem para desburocratizar o ecossistema em torno das startups, dando, por exemplo, mais segurança jurídica para aqueles que querem investir nessas empresas. As consequências, ele acredita, serão muito positivas.
TEC./SONORA: Vinicius Poit (Novo/SP), deputado federal
“Era um sonho ter um Marco Legal das Startups. Ver esse sonho sendo realizado, um ambiente melhor para os empreendedores e para a geração de emprego e renda no nosso País é um sentimento de missão cumprida, é um símbolo de que o diálogo, a construção de pontes e o foco no que nos une vale muito mais a pena do que focar somente no que nos separa.”
LOC.: Segundo o texto aprovado pelos deputados, startups são as empresas, nascentes ou em operação recente, cuja atuação se caracteriza pela inovação aplicada a modelos de negócios ou a produtos ou serviços ofertados. De acordo com a Lei Complementar, para se enquadrar como startup, a empresa deve ter receita bruta de até R$ 16 milhões por ano, além de estar inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) há menos de dez anos.
Entre as inúmeras mudanças que o marco legal traz, uma das de maior destaque, segundo especialistas, é a possibilidade de as startups receberem aportes de investidores sem que esses tenham que participar da gestão ou de qualquer decisão no negócio.
O texto afirma que os investidores não vão ter que responder por qualquer dívida da empresa, mantendo o seu patrimônio protegido. Cristina Castro Lucas, professora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB), e que atua com empreendedorismo, inovação, marcas e patentes, elogia a medida, mas indica que a legislação pode ser aperfeiçoada.
TEC./SONORA: Cristina Castro Lucas, professora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB)
“Se o dono da startup, que criou aquela empresa, não tiver dinheiro nenhum — se for um estudante, por exemplo — e tiver uma dívida, falir, o que é comum, eu não sei como isso vai ser pensado do lado do governo, bancos, de onde vai vir o dinheiro. Eu acho a medida sensacional, só quero entender quem vai se responsabilizar financeiramente para conseguir recursos, por exemplo, junto a um banco.”
LOC.: O Projeto de Lei Complementar também regula a contratação de startups pela administração pública por meio de regras específicas de licitação e prevê o sandbox regulatório, um sistema em que as agências reguladoras podem dar mais liberdade às empresas de inovação, por exemplo.
O Brasil tem mais de 13 mil startups, segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups). Há dez anos, eram apenas 600, o que significa um crescimento superior a 2 mil porcento em uma década.
Reportagem, Felipe Moura.