LOC.: Com o início da distribuição de imunizantes e vacinação contra a Covid-19 por todo o Brasil, o baixo número de vacinas disponíveis preocupa os municípios mais longínquos do País. Por isso, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) enviou um ofício ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em que manifesta apreensão sobre a forma como o governo federal está enfrentando os gargalos no combate à pandemia.
De acordo com o presidente da CNM, Glademir Aroldi, o governo federal ainda não dispõe de um calendário de vacinação e muito menos de um plano de comunicação com a sociedade brasileira. O presidente da entidade diz que é preciso rever o plano anteriormente divulgado pelo Ministério da Saúde e reforçar as estratégias adequando ao número de vacinas que o Brasil possui.
TEC./SONORA: Glademir Aroldi, presidente da CNM.
“O número de vacinas disponibilizadas para os municípios, nesse primeiro momento, não atende ao primeiro grupo. Essa é uma dificuldade que o gestor está enfrentando lá na ponta. Evidentemente que isso causa alguns transtornos como os critérios para estabelecer subgrupos, ou seja, pessoas a serem escolhidas nessa primeira etapa com esse número de vacinas. Essa é uma situação, a outra é a falta de uma campanha de comunicação com a comunidade, no sentido de transmitir que a vacina é segura e eficaz.”
LOC.: Nesta quarta-feira, a CNM começa a divulgar um próprio plano de comunicação para orientar os municípios sobre a vacinação. Como primeiro passo, os gestores municipais vão construir ações comunicativas, passando informação à população: como, quando, onde e para quem será a primeira etapa e demais etapas, bem como a quantidade de doses recebidas no município.
Essas informações estão de acordo com a opinião do médico infectologista do Hospital das Forças Armadas de Brasília, Hemerson dos Santos Luz.
TEC./SONORA: Hemerson dos Santos Luz, médico infectologista do Hospital das Forças Armadas de Brasília.
“O número reduzido de doses da vacina exige um planejamento prévio, considerando as prioridades de quem deve ser vacinado ao mesmo tempo em que se tem uma flexibilização desse plano para que se possa adaptar os grupos de acordo com o andamento da pandemia. Isso pode ser feito com um bom planejamento e uma boa análise epidemiológica da situação da Covid-19 em cada localidade.”
LOC.: No documento enviado ao Ministério da Saúde, a Confederação solicita um cronograma de entrega das vacinas, com estimativa mensal até o fim de 2021, para que os gestores municipais possam ter informações que norteiam um efetivo planejamento e enfrentamento da pandemia. Procurado, o Ministério da Saúde informou que não comenta esse tipo de documento enviado por outros órgãos e entidades.