Foto: Tony Winston/MS
Foto: Tony Winston/MS

Projeto vai capacitar 94 mil profissionais nas ações de vacinação da Covid-19

Objetivo é transformar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) em salas de aula para oferecer um treinamento especial aos especialistas

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ImunizaSUS, um projeto que pretende capacitar mais de 94 mil profissionais de saúde que atuam diretamente nas ações de vacinação da população, foi lançado nesta quinta-feira (21). O objetivo é transformar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) em salas de aula para oferecer um treinamento especial para que esses especialistas possam ampliar os conhecimentos e se qualificar com técnicas adequadas à situação da pandemia pela Covid-19.

O projeto é uma iniciativa do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) com apoio do Ministério da Saúde. O curso será feito por meio do Ensino a Distância (EAD), com carga horária de 180 horas.

De acordo com Willames Ferreira, presidente do Conasems, depois que a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou as vacinas da Fiocruz e Instituto Butantan contra a Covid-19, para uso emergencial em todo o território brasileiro, se faz necessário ter pessoas preparadas para cuidar de um País como o Brasil, por isso a iniciativa ImunizaSUS.

“Não é fácil trabalhar um País imenso como o Brasil. Temos um País continental, com realidades distintas, regiões diferentes umas das outras e distribuição de renda diversa. Então, fazer uma campanha de vacinação que gera uma expectativa muito grande na população, nós temos de ter mais pessoas preparadas e capacitadas”, avaliou o presidente.



O programa foi elaborado a partir de três pilares: capacitação, pesquisa e comunicação. O objetivo é fornecer informações técnico-científicas atualizadas para os profissionais de saúde, além de propor ações de engajamento com foco na população a respeito da importância e segurança dessa vacinação. 

O Programa Nacional de Imunização (PNI) é responsável pela parte da aplicação e logística das vacinas no Brasil e hoje conta com 19 imunobiológicos, oferecidos gratuitamente à população - incluindo a vacina contra a Covid-19. Por causa desse histórico de referência que o secretário executivo do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass), Jurandir Frutuoso, acredita na importância desse serviço para o País.

“Sabemos que o sistema público de saúde do Brasil é forte e ele se encaixa em uma concepção internacional muito clara. Não há economia sem saúde, não há um país justo sem um programa público do tamanho do SUS e com essa responsabilidade. Quando tudo falha, é o sistema público que dá a resposta e ele vem mostrando isso ao longo do tempo”, destacou o secretário.

Apesar dos benefícios, nos últimos anos o PNI tem identificado uma queda gradual na cobertura vacinal de vários públicos, como crianças e adultos. Essa situação traz prejuízos não apenas à saúde das pessoas que ficam mais vulneráveis, como também compromete o funcionamento do SUS. A médica Socorro Gross é a representante da Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil (OPAS) e, durante o lançamento do projeto, citou que o trabalho do País na vacinação é destaque mundial.

“Gostaríamos de ter a oportunidade de que essa vacina do SUS seja disponível para outros países de língua portuguesa, que muitas vezes não tem capacidade de fazer uma ação tão importante, profissional, com tanto conhecimento e disponível para todos como essa. Gostaríamos de ter essa possibilidade de compartilhar dessa ajuda. O Brasil sempre tem sido solidário a outros países no campo da saúde”, ponderou a representante da OPAS.

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O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, participou do lançamento do ImunizaSUS e destacou que o programa conta com um investimento do governo federal, que gira em torno de R$ 58 milhões de reais. Segundo Pazuello, esse é um esforço do ministério no sentido de qualificar e ampliar a vacinação para os brasileiros.

“A vacina está distribuída, estamos no processo de receber novas doses, tanto da Astrazenica quanto das produzidas pelo Butantan. Vamos ter uma avalanche de propostas de laboratórios, porque são 270 no mundo produzindo vacinas. Temos que ter atenção e cuidado para colocar todas disponíveis, dentro da segurança e eficácia”, afirmou o ministro.

A capacitação está prevista para começar no dia 1º de fevereiro, após a escolha dos tutores e a realização de matrícula dos profissionais de saúde. Ao final do curso, os alunos poderão apresentar propostas para melhorar a cobertura vacinal no seu município.

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