LOC.: As operadoras privadas de saneamento ampliaram sua participação no setor em 45%. Dois anos depois da entrada em vigor do novo marco legal do saneamento, essas empresas passaram a atender 46,1 milhões de pessoas com serviços de água e esgotamento sanitário no Brasil. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (6) pela Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto, a Abcon.
Segundo o diretor-executivo da entidade, Percy Soares Neto, a participação da iniciativa privada também serve como incentivo a uma atuação mais efetiva do setor público.
TEC./SONORA: Percy Soares Neto diretor-executivo ABCON
“Eu acho que a competição já mostrou resultados, tanto no aumento da participação privada e no compromisso de investimento assumidos nos editais quanto também em uma provocação firme às próprias companhias públicas a fazerem mais investimentos e a mexerem nas suas estruturas de governança.”
LOC.: Outro levantamento que destaca a situação do saneamento básico no Brasil foi divulgado pela Confederação Nacional da Indústria, a CNI. A pesquisa revela que, atualmente, dez projetos de desestatização no setor estão sendo conduzidos pelo BNDES ou são fruto de iniciativas municipais, com previsão de término até 2026.
Para o especialista em Infraestrutura da CNI, Matheus de Castro, sem medidas como essas, haverá falta de infraestrutura adequada para atração de investimentos, competitividade das empresas e geração de novos empregos.
TEC./SONORA: Matheus de Castro especialista em Infraestrutura da CNI,
“Nós temos um nível de atendimento por serviço de saneamento, tanto de coleta e tratamento de esgoto e distribuição de água muito baixo. Isso também é um reflexo do baixo investimento. Com a aprovação da nova lei do saneamento básico, e agora temos a perspectiva de uma ampliação da participação privada por meio de concessões, PPPs de empresas estaduais e até autarquias microrregionais também. É um momento de acompanhamento e vermos como esses processos de transferências dessas empresas ao setor privado vão transcorrer nos próximos anos.”
LOC.: Outro avanço no setor está relacionado à cobertura dos serviços nos municípios brasileiros. Em meados de 2020, as concessões privadas estavam presentes em menos de 6% desses entes, agora já operam em 509 cidades, mais de 9% do total.
Reportagem, Marquezan Araújo