LOC.: O estado do Rio Grande do Sul está entre as unidades federativas que tiveram aumento no Produto Interno Bruto (PIB) industrial com a arrecadação de tributos desde o meio de 2020 para este ano. Atualmente o PIB industrial do estado é de R$ 89 bilhões, o equivalente a 6,8% da indústria brasileira e o quarto maior valor do País. Ao todo, o setor emprega 777.301 trabalhadores, de acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria.
Apesar dos bons resultados, o estado pode perder receita caso o Congresso Nacional não aprove uma reforma tributária ampla. O governo federal, por meio do Ministério da Economia, apresentou duas etapas de proposta para a reforma ao Congresso Nacional com objetivo de simplificar o sistema tributário, tornando o processo mais justo e menos desigual. Desta forma, a expectativa é estimular a produtividade e o investimento, aumentando emprego e renda.
Sem uma reforma tributária, o cenário é de perda da posição relativa da indústria no PIB nacional. Com isso, a arrecadação no Rio Grande do Sul pode despencar. De acordo com o advogado tributarista Matheus Almeida, o Brasil possui incontáveis tributos e um sistema que não favorece os empresários, então esse projeto que está em debate no Congresso Nacional precisa ser mais aberto a mudanças para ser uma reforma abrangente e não apenas pontual.
TEC./SONORA: advogado tributarista, Matheus Almeida.
“Ele tem que ser tratado com muito cuidado porque versa apenas sobre o imposto de renda e não sobre o nosso complexo sistema tributário nas esferas federal, estadual e municipal. O nosso país, de fato, precisa de uma reforma tributária completa em todas as esferas para que, assim, a gente consiga a redução da carga tributária e, também, da complexidade que nós enfrentamos atualmente.”
LOC.: Especialistas consideram, ainda, que o sistema tributário em vigor no Brasil reduz a capacidade de competitividade do País e dos estados. Um deles é o diretor de Assuntos Tributários da Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais, Juracy Soares. Segundo ele, o atual modelo contribui para o baixo crescimento econômico.
TEC./SONORA: Juracy Soares, diretor de Assuntos Tributários da Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais
“Para milhares de empresas, os elevados custos de conformidade afastam investimentos produtivos e minam as atividades dessas corporações no mercado nacional e global. Para a administração pública, a infinidade de novas normas que são escritas para tapar buracos, que viabilizam sonegação, e também para gerir esse sistema complexo, resultam em perdas de arrecadação e elevados custos de gerenciamento e controle.”
LOC.: Entre janeiro e junho deste ano, o Rio Grande do Sul arrecadou mais de R$ 21 bilhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Essa quantia representa uma variação 28,43% maior do que o arrecadado no mesmo período do ano passado, quando o valor coletado foi de R$ 16 bilhões. Os números são do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).