LOC.: Após meses de ensino completamente remoto e o avanço da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, escolas públicas e privadas começaram a retornar às aulas de modo presencial. Redes privadas de todo o Brasil já estão funcionando de forma híbrida e a expectativa é que toda a rede pública também passe a aderir ao formato.
A estudante do 9° ano em uma escola pública do Distrito Federal, Isabela Gonçalves Barbosa, diz que apesar da sua insegurança pelo vírus, considera essencial a volta às aulas.
TEC./SONORA: Isabela Gonçalves Barbosa, estudante
“Para mim, psicologicamente, foi necessário a volta às aulas porque eu realmente estava precisando disso. Eu me sentia um pouco desmotivada só com a aula online, é tudo muito monótono, tudo a mesma coisa e isso cansa. E foi bom para mim o retorno das aulas presenciais, mas ainda tem aquela insegurança. Nós ainda não fomos vacinados, eu tenho 14 anos e ainda não chegou a minha idade.”
LOC.: Se a desmotivação é algo constante durante o ensino remoto para Isabela e os jovens de sua idade, o que causa prejuízo para as crianças mais novas é a dificuldade para o aprendizado. É o que relata a jornalista Maira Buani, que viu a alfabetização do filho João, de 6 anos, ser prejudicada após tanto tempo longe da escola presencial.
TEC./SONORA: Maira Buani, jornalista
“Ele entrou na alfabetização online e não estava conseguindo aprender de jeito nenhum, eu tive que contratar uma professora particular pra dar aula para ele. Está sendo bem difícil, porque o prejuízo ficou, vamos tentar recuperar agora.”
LOC.: Rafael Parente, PhD em educação pela Universidade de Nova York e ex-secretário de educação do Distrito Federal, ressalta a importância do diálogo entre pais e filhos em casos de desinteresse por parte das crianças e adolescentes.
TEC./SONORA: Rafael Parente, PhD em educação pela Universidade de Nova York e ex-secretário de educação do Distrito Federal
“Na volta às escolas é importante que a gente converse bastante com as crianças e com os jovens sobre a importância da escola, sobre como a escola é um ambiente bom, bacana, prazeroso, como é importante aprender, rever os amigos, poder conhecer coisas novas, poder crescer. E também sobre o prazer da aprendizagem, o prazer de aprender o novo.”
LOC.: Em relação aos protocolos de segurança, ambos os tipos de instituições continuam seguindo as recomendações de distanciamento e uso de equipamentos de proteção. Apenas algumas diferenças são notadas, como por exemplo, o funcionamento do ensino híbrido. Enquanto nas escolas públicas ele será feito por divisão de turmas e intervalos semanais, nas privadas cada uma terá autonomia de organizar o próprio método híbrido.
Reportagem, Poliana Fontenele
NOTA
Após meses de ensino completamente remoto e o avanço da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, escolas públicas e privadas começaram a tomar o primeiro passo em direção à volta do modo presencial.
Segundo levantamento do Vozes da Educação, apenas os estados do Acre, Ceará, Paraíba e Roraima ainda não retornaram este mês, tendo a previsão para setembro e, no caso do Ceará, sem data definida este ano. Já a rede municipal, no que diz respeito às capitais brasileiras, apenas seis ainda irão retornar nos próximos meses. Por outro lado, as redes privadas de todo o Brasil já estão funcionando de forma híbrida, ou seja, parte das aulas são remotas e outra parte na escola. A expectativa é que toda a rede pública também passe a aderir ao formato.
Um fator comum entre as orientações divulgadas pelas escolas públicas e privadas do Distrito Federal estão as tradicionais recomendações de lavar e higienizar sempre as mãos, manter o distanciamento social e utilizar máscara de proteção. Em caso de sintomas e suspeita de Covid-19, os estudantes e funcionários devem ficar em casa e comunicar à escola.
Por outro lado, nota-se algumas diferenças no retorno de ambos os tipos de instituições. Na pública, por exemplo, o sistema híbrido será feito por divisão de turmas e intervalos semanais, enquanto nas escolas particulares cada uma terá autonomia de organizar o próprio funcionamento do ensino híbrido.
Com a volta às aulas, pais e alunos esperam que problemas como a desmotivação e prejuízo no ensino, causados pelo ensino remoto, sejam revertidos.
Reportagem, Poliana Fontenele