Data de publicação: 28 de Novembro de 2021, 16:05h, atualizado em 29 de Novembro de 2021, 15:51h
LOC.: Mais da metade dos brasileiros, cerca de 55% dos domicílios, apresentaram algum grau de insegurança alimentar no final de 2020, meses críticos da pandemia. O dado da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional mostra um aumento de 54% da fome em comparação com 2018.
Durante audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, o conselheiro consultivo da rede, Mauro Del Grossi, afirmou que essa situação é gravíssima.
TEC./SONORA: Mauro Del Grossi, conselheiro consultivo da rede.
“Talvez o Haiti, quando teve um terremoto gravíssimo, teve uma situação parecida com essa. É um quadro dramático; quase 117 milhões de pessoas vivendo em algum nível de insegurança alimentar, ou seja, 55% da população."
LOC.: Na última sexta-feira, o Centro de Pesquisas e Práticas em Nutrição e Alimentação Coletiva, da Universidade Federal de São Paulo, lançou o Atlas das Situações Alimentares. O material busca contribuir para o entendimento da alimentação e da fome, com base nas situações alimentares identificadas no Brasil.
O geógrafo e um dos autores do material, José Raimundo Ribeiro, destacou a desigualdade da despesa média mensal familiar no país.
TEC./SONORA: José Raimundo Ribeiro, geógrafo.
“Enquanto as famílias mais pobres gastam R$ 329 por mês com alimentação nos domicílios, ou gastavam em 2017, 2018, as famílias mais ricas do país gastavam R$ 2.061. É importante notar que as famílias mais pobres comprometem uma parcela do orçamento muito maior: 22%, enquanto as famílias mais ricas gastam apenas 7,6% dos seus orçamentos com alimentos.”
LOC.: Por meio de representações gráficas e textuais, o objetivo do Atlas é servir de material de apoio para outras pesquisas, conselhos de segurança alimentar, movimentos sociais, partidos políticos ou instituições interessadas em enfrentar problemas relacionados à alimentação.
Reportagem, Paloma Custódio