Foto: moodboard / Adobe Stock
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Empreendedorismo: um caminho mais difícil para as mulheres

Preconceito, disponibilidade de tempo, gestão da vida familiar e pouca informação sobre crédito são algumas das barreiras para o empreendedorismo feminino


Se empreender é um desafio, para as mulheres é ainda maior. Isso porque, além das atividades profissionais, as mulheres dedicam, em média, 21,5 horas semanais para cuidados com a casa e os filhos; enquanto os homens empregam 11 horas nessas atividades. O dado é do IBGE. 

Para desenvolver a carreira, muitas vezes as mulheres sentem culpa pela necessidade de se afastar da casa e dos filhos. Essas são situações culturais e, na opinião da coordenadora nacional de Empreendedorismo Feminino do Sebrae, Renata Malheiros, podem ser trabalhadas. 

“Nós atuamos tanto com o desenvolvimento de competências técnicas necessárias quanto com planejamento, finanças, marketing. Mas a gente trabalha também com o desenvolvimento das competências socioemocionais que, muitas vezes, nós mulheres somos prejudicadas pela própria cultura enraizada em cima de preconceitos. E a gente muda isso com diálogo, a gente muda isso com redes”, sustenta.  

Quem se beneficiou com as trocas nos grupos promovidos pelo Sebrae foi Roberta Azevedo, dona de um restaurante em Brasília. Há seis anos ela atua no ramo alimentício e, há dois, abriu o restaurante. “No início eu era muito inexperiente. Estou envolvida com grupos de empresárias, empreendedoras mulheres. Nós nos reunimos, fazemos viagens, participamos de missões empresariais e temos esse apoio uma das outras e também uma das é uma uma iniciativa também foi uma e que está vinculado ao Sebrae/DF”, relata. 

Nutricionista, ela conta que o propósito de sua empresa é entregar comida sustentável para seus clientes. Por isso, dá preferência a produtores e produtos da região onde tem o empreendimento. “Eu comecei a empreender por uma necessidade de compartilhar e levar até as pessoas aquilo que eu acredito de transformação alimentar. Percebi que esse meu desejo era um nicho de mercado crescente de pessoas mais conscientes com alimentação, buscando novas alternativas para equilíbrio e saúde”, diz Roberta. 

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Trilhas de Conhecimento

Para reunir iniciativas como o Sebrae Delas, o Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi), da CNI, além de créditos em bancos, o Governo Federal lançou em março o programa Brasil pra Elas. Um portal digital que reúne as várias etapas para o empreendedorismo, focado na atuação de mulheres. 

Para a secretária Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques, o empreendedorismo feminino é fundamental na retomada da economia. Apesar de dinheiro não ter “carimbo, cor, ideologia ou sexo”, Marques defende que é importante a particularização das ações. “a gente vai ter um olhar mais sensível à questão do empreendedorismo feminino”, diz. 

O plataforma Brasil pra Elas é uma forma de as mulheres ganharem tempo, uma vez que as informações necessárias para empreender estarão reunidas em um só lugar. “Lá a mulher pode entender se ela quer começar a empreender. Serve para buscar ideias, algum curso, ver se ela precisa de apoio de crédito, então ela consegue fazer o link para os programas dos bancos públicos”, enumera a subsecretária de Desenvolvimento das Micro e Pequenas empresas do Ministério da Economia, Carolina Busatto.

Carolina ainda pontua que o programa e as discussões de seus comitês são oportunidades de olhar para as demandas específicas das mulheres. “Pensar em espaços que sejam favoráveis às crianças, à vagas em creches, em contratos que sejam feitos na linguagem que seja acessível a todos”, exemplifica. 

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LOC: Se empreender é difícil, para as mulheres é um desafio ainda maior. Isso porque, além das atividades profissionais, as mulheres dedicam, em média, 21 horas e 30 minutos semanais para cuidados com a casa e os filhos; enquanto os homens empregam 11 horas para essas atividades, de acordo com o IBGE. Para desenvolver a carreira, muitas vezes as mulheres sentem culpa da necessidade de se afastar de casa e dos filhos. 

Essas são situações culturais e, na opinião da coordenadora nacional de Empreendedorismo Feminino do Sebrae, Renata Malheiros, podem ser trabalhadas com desenvolvimento de competências técnicas e emocionais. Para Renata, o empreendedorismo feminino não é só um ganho para as mulheres, mas para toda a sociedade.
 

TEC//SONORA:  Renata Malheiros, coordenadora nacional de empreendedorismo feminino do Sebrae.
 
“Quando uma mulher empreende geralmente a família é muito beneficiada. As pesquisas mostram que quando uma mulher ganha dinheiro ela tende a investir muito na família, nos filhos, compra roupa pras crianças, leva pra fazer tratamento dentário, por exemplo, material escolar. As mulheres também tendem a comprar dos comerciantes do bairro, da sua própria comunidade. Então isso também é positivo porque gera uma aceleração da economia daquele bairro, daquela comunidade, ao mercadinho da esquina”
 


LOC: Para reunir iniciativas como o Sebrae Delas, o Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi), da CNI, e créditos em bancos, entre outras, o Governo Federal lançou, em março, o programa Brasil pra Elas. A subsecretária de Desenvolvimento das Micro e Pequenas empresas do Ministério da Economia, Carolina Busatto, explica que é um portal digital que reúne as várias etapas para o empreendedorismo, focado na atuação de mulheres. 

TEC//SONORA: Carolina Busatto, subsecretária de Desenvolvimento das Micro e Pequenas empresas do Ministério da Economia

“Lá a mulher pode entender, veja se ela quer começar a empreender e precisa buscar ideia, que ela precisa buscar algum curso, se ela precisa apoio de crédito, então ela consegue fazer o link para os programas dos bancos públicos, enfim, são muitas soluções e,  mas ainda tem muitos passos pela frente pra gente conseguir colocar as pessoas na mesa pra discutir as necessidades do empreendedorismo brasileiro no Brasil eh e poder ingressar essas esses desafios”
 


LOC:  O Programa e as discussões de seus comitês são oportunidades de olhar para as demandas específicas das mulheres: como a gestão de carreira e o equilíbrio com cuidados com casa e filhos, questões de assédio no ambiente corporativo, áreas em que as mulheres precisam ampliar sua atuação. O portal do programa está na internet pelo endereço: https://www.gov.br/brasilpraelas. 

Reportagem, Angélica Cordova