LOC: A auxiliar administrativa Lucila Lopes busca há um ano e meio uma vaga para a filha de dois anos em creches da rede pública do Distrito Federal. Ela acionou o Ministério Público para tentar ter onde deixar a filha quando vai trabalhar.
TEC//SONORA: Lucila Lopes, mãe e auxiliar administrativa
“Acionei o Ministério Público e recebi a segunda negativa nesta semana, inclusive. Ela fica com quem pode ficar. Porque eu não estou tendo condições de pagar ninguém pra cuidar dela, ninguém particular. Então, quando a minha prima está em casa, fica com a minha prima. Dependendo do horário, às vezes tem que resolver outra coisa, ela fica com o meu filho mais velho. E assim a gente vai fazendo.”
LOC: Um levantamento do Instituto Ruy Barbosa de 2021 apurou que, em todo o Brasil, apenas 31% das crianças de 0 a 3 anos são atendidas nas creches da rede pública. O relatório ainda aponta que o país precisa criar 2 milhões e duzentas mil vagas até 2024 para atender a meta estipulada no Plano Nacional de Educação. Mas o médico Halim Antônio Girade, assessor de Saúde e Desenvolvimento Infantil do Tribunal de Contas de Goiás e membro do Comitê Pacto pela Primeira Infância, acredita que o Brasil não vai atingir a meta.
TEC//SONORA: Halim Antônio Girade, Assessor de Saúde e Desenvolvimento Infantil do Tribunal de Contas de Goiás e membro do Comitê Pacto pela Primeira Infância
“A criança deve ser a prioridade absoluta no orçamento. Isso é absolutamente fundamental. Não só pra criança, mas pra família. A creche é importante. Essa é a fase de socialização da criança. Isso é, as creches deveriam estar preparadas para contribuir com o desenvolvimento infantil, isso é, com brincadeiras orientadas, com jogos, com conversas, com leituras, com música”.
LOC: Uma pesquisa do IBGE mostrou que as mulheres dedicam o dobro de horas por semana para o cuidado com a casa e filhos, em comparação com os homens. Para a subsecretária de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas do Ministério da Economia, Carolina Busatto, esse é um dos desafios para o desenvolvimento profissional das mulheres. Busatto é a responsável pela coordenação de um programa no Governo Federal voltado para o empreendedorismo feminino, o Brasil para Elas:
TEC//SONORA: Carolina Busatto, subsecretária de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas do Ministério da Economia
“Já que ela está gastando o tempo dela que é igual dos homens para o trabalho não remunerado. Sobra menos tempo para o trabalho remunerado. E aí é uma de dificuldade e se a gente olha pra isso, né? Então, nosso objetivo, sim, é sentar à mesa quem pode apoiar com ver esse tipo de questões como por exemplo espaço de cuidado pras crianças, creches, como que uma empreendedora vai pedir um empréstimo no banco, ela consegue, por exemplo, com que ela leve o filho dela e tenha um espaço pra essa criança ficar.”
LOC: O portal do programa Brasil para Elas está na internet pelo endereço: www.gov.br/brasilpraelas. Repetindo: www.gov.br/brasilpraelas.
Reportagem, Angélica Cordova