Foto: amenic181 / Adobe Stock
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34% dos empreendedores no Brasil são mulheres

O empreendedorismo por necessidade é o mais comum entre elas


Cerca de 10,1 milhões de mulheres empreendem no Brasil, em 2022, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Contudo, mais da metade das mulheres começam um negócio por necessidade. A confeiteira Raiane Wentz é uma delas. Há um ano, no batizado do filho, a brasiliense mostrou para os convidados suas habilidades com bolos e doces. 

Começou ali uma possibilidade de transformar o amor pela culinária em renda. A formação universitária em comunicação a ajudou a criar um perfil no instagram para expor os produtos, mas faltava conhecimento em confeitaria. Aos poucos foi fazendo cursos on-line, procurou o Sebrae e foi se profissionalizando. 

“Comecei sem saber ponto de recheio, ponto de brigadeiro, então muita coisa deu errado nesse processo”, conta. Em outubro, começou a se profissionalizar e fazer cursos pela internet e também no Sebrae. “Hoje meus bolos são mais bonitos. Sonho em ser uma confeiteira conhecida e ter empregados”, diz. 

Para mulheres como Raiane, o Governo Federal desenvolveu o programa Brasil pra Elas. A iniciativa, lançada no dia 8 de março, reúne a participação de diversas organizações (públicas, privadas, da sociedade civil) em uma única plataforma: www.gov.br/brasilpraelas. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) é um dos parceiros e participa do conselho da organização, que deve se reunir ainda em abril. “A CNI é um parceiro importantíssimo para ajudar a introduzir essas mulheres no mercado e a dar vazão para seus negócios”, considera a subsecretária de Desenvolvimento das Micro e Pequenas empresas do Ministério da Economia, Carolina Busatto.

Por meio do portal, as mulheres podem iniciar uma trilha de formação que vai desde a área técnica até a tomada de crédito. “O governo espera muito que as mulheres tenham as condições para atingir essa liberdade financeira com total capacidade de escolher o espaço que elas podem ocupar na sociedade”, diz Busatto. Para ela, a atividade econômica das mulheres aquece a economia e beneficia diretamente suas famílias e a comunidade próxima.

“As mulheres são as grandes shoppers, responsáveis por 80% da decisão de compra, mas respondem apenas por 20% das operações de crédito”, compara Busatto. A iniciativa Brasil pra Elas conta com apoio de instituições bancárias e procura simplificar o crédito para uma linguagem que seja acessível para as empreendedoras.

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A maior parte das empreendedoras brasileiras atua no setor de serviços, em áreas como alimentação. Para Busatto um dos desafios do programa é capacitar mulheres sobre possibilidades de empreender em outros ramos como o de tecnologia. “A ideia é trazer para o centro da discussão como que a gente apoia as mulheres a ocuparem os espaços que elas quiserem na sociedade e terem e atingirem liberdade econômica e individual para isso”, conclui. 
 

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LOC: Raiane Wentz sempre gostou de cozinhar. Há um ano, no batizado do filho, a brasiliense mostrou para os convidados suas habilidades com bolos e doces. Começou ali uma possibilidade de transformar o amor pela culinária em renda. A formação universitária em comunicação a ajudou a criar um perfil em uma rede social para expor os produtos, mas ainda precisava estudar mais sobre confeitaria. Aos poucos foi fazendo cursos on-line, procurou o Sebrae e foi se profissionalizando. 

TEC//SONORA: Rayane Wents, empreendedora do ramo de confeitaria 

“Eu sonho muito em ter funcionários, em realmente ser uma confeitaria conhecida. Mas eu realmente comecei sem saber ponto de recheio, ponto de brigadeiro, então muita coisa deu errado nesse processo, né? Mas em outubro do ano passado eu fiz um curso de onde eu aprendi. Vamos dizer assim, um foi um um nível inicial pra eu saber o que eu deveria ter feito antes de começar a confeitaria, né? Na confeitaria aprendi pontos certos e as coisas melhoraram infinitamente. Meus bolos hoje são muito mais bonitos. As pessoas comem com os olhos, não adianta, né? Então hoje eu consigo agradar muito mais.”
 


LOC: Para mulheres como Rayane, o Governo Federal lançou um programa de empreendedorismo, no dia 8 de março, chamado Brasil pra Elas. A ideia é reunir as diversas iniciativas que existem como cursos, possibilidade de crédito e capacitações em um só lugar para que as mulheres possam desenvolver trilhas de conhecimento e qualificar o seu empreendedorismo. Após dois dias do lançamento, o site do Brasil pra Elas já tinha recebido mais de 20 mil acessos. Para a subsecretária de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas do Ministério da Economia, Carolina Busatto, o número demonstra a importância da iniciativa. 

TEC//SONORA: Carolina Busatto, subsecretária de Desenvolvimento das Micro e Pequenas empresas do Ministério da Economia

“A gente está sofrendo todo esse choque econômico, que é muito mais severo para as mulheres. A gente vê que existem muitas mulheres que não se veem empreendedoras, não se veem capazes de gerar uma renda própria. E é justamente com isso que o programa quer responder. Então, o governo espera muito que as mulheres tenham as condições para atingir essa liberdade financeira com total capacidade de escolher o espaço que elas podem ocupar na sociedade”
 


LOC:  As mulheres são 52% da sociedade brasileira. Elas são as que mais sofrem com o desemprego: enquanto a taxa masculina está em 14%, a de mulheres sem emprego ultrapassa 18%. Para saber mais sobre empreendedorismo e o programa Brasil pra Elas, acesse o site: www.gov.br/brasilpraelas. Repetindo: www.gov.br/brasilpraelas. 

Reportagem, Angélica Cordova