LOC.: Estados e municípios receberam mais de R$ 200 milhões do Ministério da Saúde para o custeio das diárias de leitos de UTI para pacientes com Covid-19 e são referentes ao mês de fevereiro. O repasse foi publicado em portaria do Diário Oficial da União no dia 31 de maio.
A professora do curso de saúde coletiva da Universidade de Brasília (UnB), Carla Pintas, explica que a transferência faz parte do processo de pagamento dos leitos voltados exclusivamente para pacientes com Covid-19, que vêm sendo desmobilizados com o arrefecimento da pandemia.
TEC./SONORA: Carla Pintas, professora de saúde coletiva da UnB
“Essa transferência que o Ministério da Saúde fez para custear leitos de UTI Covid de estados e municípios diz respeito às diárias até fevereiro de 2022, porque desde aquele mês já começou a desmobilização dos leitos de UTI por parte das unidades hospitalares de estados e municípios”.
LOC.: Durante a pandemia, o Ministério da Saúde habilitou leitos para pacientes com Covid-19 além daqueles que já existiam no SUS. Por esses leitos, a pasta repassava o valor de R$ 1.600 pela diária aos entes federativos. A desmobilização dos leitos os os representantes estaduais e municipais de saúde em janeiro.
À época, o Ministério da Saúde concordou em continuar custeando as diárias dos leitos exclusivos para pacientes com Covid-19 até 28 de fevereiro e que as unidades seriam desautorizadas depois disso.
Carla Pintas destaca que a decisão foi tomada em um contexto de diminuição do número de internações pela doença no país. A especialista reforça que o fim dos leitos de UTI Covid não significa que pessoas com complicações graves por causa do novo coronavírus vão ficar sem atendimento.
TEC./SONORA: Carla Pintas, professora de saúde coletiva da UnB
“A gente não tem mais novos leitos sendo abertos. Eu não posso mais abrir novos leitos com o nome UTI Covid. Por exemplo, o Distrito Federal não tem mais leitos ativos de Covid no Hospital da Criança de Brasília. Mas isso não quer dizer que se uma criança com Covid precisar de um leito de UTI vai ficar desassistida. Vai internar no leito comum”.
LOC.: Apesar da desmobilização, o Ministério da Saúde incorporou 6.500 novos leitos de UTI de forma definitiva ao SUS. Antes da pandemia, o Conasems estimava pouco mais de 24 mil leitos de UTI em todo o país, número que saltou para cerca de 30,5 mil com a incorporação.
Reportagem, Felipe Moura.