Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil
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Covid-19: Ministério da Saúde recomenda dose de reforço para crianças de 3 e 4 anos

Saúde destaca que vacinação evita quadros graves da doença e indica reforço para faixa etária após recomendar também dose reforço para crianças de 5 a 11 anos de idade

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O Ministério da Saúde recomenda que crianças de 3 e 4 anos de idade tomem uma dose de reforço da vacina contra a Covid-19. Em nota técnica, a Pasta orienta a utilização do imunizante da Pfizer para reforçar a proteção desta faixa etária contra a doença. No entanto, nos casos de indisponibilidade da vacina da Pfizer, a CoronaVac pode ser utilizada novamente. Mesmo quem perdeu o prazo recomendado, deve procurar um posto de vacinação

A nota técnica destaca que a vacinação com doses de reforço evita infecções graves pela doença, hospitalizações, síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e óbitos, além de complicações e condições pós Covid-19. O reforço é recomendado às crianças que completaram o esquema vacinal primário, isto é, receberam a primeira e a segunda dose da vacina CoronaVac. O uso emergencial  do imunizante em crianças de 3 a 5 anos de idade foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em julho de 2022.

“Após a observação de eficácia e segurança de países que recomendaram a dose de reforço das vacinas contra a covid-19 para crianças de 5 a 11 anos e diante do cenário epidemiológico ainda incerto em relação aos casos de covid-19, bem como, evidências demonstrando redução da resposta protetora do esquema de 2 doses para a variante Ômicron nesta população, há de se considerar a recomendação da dose reforço para crianças de 3 e 4 anos de idade que receberam duas doses da vacina CoronaVac”, diz a nota técnica. 

O infectologista do Hospital das Forças Armadas (HFA) Hemerson Luz destaca que a evolução do coronavírus é diferente quando comparadas pessoas vacinadas e não-vacinadas. Ele explica que o vírus precisa encontrar “brechas” para continuar se desenvolvendo, o que acontece em grupos que não foram devidamente imunizados. 

“O objetivo do reforço da vacina contra a covid-19 em crianças é protegê-las contra os casos mais graves e óbitos.  A maior parte das crianças internadas com síndrome respiratória grave tem origem na covid-19. Estudos indicam que a vacina de reforço aumenta os níveis de anticorpos neutralizantes aumentando a eficácia e as defesas contra a doença”, afirma o especialista. 

O Ministério da Saúde afirma que os quadros de Covid-19 em crianças e adolescentes costumam ser mais leves que em adultos. Entretanto, isso não significa que essa faixa etária esteja isenta de apresentar formas graves e letais da doença. Segundo a Pasta, 850 óbitos de SRAG foram registrados em 2022 nesta parcela da população.

Desde fevereiro de 2020, quando o primeiro caso foi identificado no país, até o final de 2022, mais de 56 mil crianças e adolescentes foram hospitalizados com Covid-19. Mais de 3,5 mil óbitos de SRAG por covid-19 nesta faixa etária foram registrados. Hemerson Luz ressalta a importância da vacinação.  

“Vivemos um momento de esfriamento da pandemia, porém ela não acabou. A vacina vai conter o surgimento de casos mais graves, diminuir a disseminação e proteger as pessoas que pertencem ao grupo de risco”, pontua. 

Estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que, nos primeiros dois anos da pandemia, foram registradas duas mortes de crianças de até cinco anos por dia no Brasil, causadas pela Covid-19. Segundo a Fiocruz, até janeiro de 2023 apenas cerca de 39% da população infantil de 3 a 11 anos finalizaram o esquema vacinal no país. Sueli Souza, técnica em enfermagem e mãe do Davi, de 5 anos, defende a vacinação e afirma que o pequeno vai tomar a dose de reforço.   

“Eu acho muito importante a vacinação contra a Covid porque ela reduz a transmissão da Covid, reduz os casos da doença. Eu vacinei com a primeira e segunda dose, ele não teve nenhuma reação. E eu acho importante. Irei vaciná-lo porque acho muito importante vacinar nossos filhos”, afirma.

Desde o início da pandemia, o Brasil registrou 36.932.532 casos da doença e 697.674 óbitos foram confirmados.  
 

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