LOC.: Descarbonizar a indústria brasileira vai custar cerca de R$ 40 bilhões até 2050, de acordo com estudo da Confederação Nacional da Indústria, a CNI. O levantamento mostra ainda que o mercado de carbono pode viabilizar a neutralidade climática brasileira até 2050. O estudo foi apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. A COP28 acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
De acordo com o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, a ideia do estudo é identificar o investimento necessário para atingir a neutralidade climática até 2050.
TEC./SONORA: Davi Bomtempo, gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI
“Hoje é necessário R$ 40 bilhões para fazer essa transição, que vão ser aplicados em várias linhas tecnológicas, de combustíveis, de eficiência, para que todos os setores industriais possam fazer essa modernização. É claro que a gente precisa olhar também de uma forma mais conjunta. Precisamos entender que para descarbonizar a gente precisa entender toda a parte de biocombustíveis, expansão de renováveis e também somar a questão do mercado de carbono.”
LOC: Especialistas, entidades privadas e os poderes Executivo e Legislativo concordam que o país precisa aprovar o projeto de mercado regulado de carbono em tramitação na Câmara dos Deputados. Para o relator da proposta, deputado Aliel Machado, do PV do Paraná, o mercado de carbono é a principal agenda brasileira do ponto de vista ambiental. Segundo o parlamentar, estão em discussão alterações ao texto aprovado no Senado.
TEC.SONORA: deputado Aliel Machado (PV-PR)
“A gente está discutindo um texto que traga mais previsibilidade, segurança jurídica e as mudanças estão acontecendo dentro do sistema de governança, onde a gente quer uma participação maior de todos os setores envolvidos por se tratar de um mercado novo, é uma coisa muito justa. Achamos também que tem que ter um protagonismo maior do Ministério da Fazenda nesse aspecto porque estamos tratando de mercado de carbono.”
LOC.: Aliel Machado disse ainda que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, está focado em votar o projeto. O relator espera que a votação da proposta ocorra ainda em 2023. O ano legislativo se encerra no dia 22 de dezembro.
Reportagem, Fernando Alves