Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Carnaval 2023: saiba quais os cuidados para evitar a gripe e a Covid-19

É esperado um aumento do número de casos de doenças infectocontagiosas logo após as festividades

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Durante o carnaval, é comum os foliões se aglomerarem em bloquinhos, além das arquibancadas e camarotes para ver o desfile das escolas de samba. Por conta desse aumento do contato humano, é preciso tomar alguns cuidados contra a gripe e a Covid-19.

O cenário atual é positivo. Segundo dados mais recentes do Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), diferentemente do carnaval dos 2 anos anteriores, a maioria das regiões do país mantém queda ou está em uma situação compatível com a oscilação natural de casos graves de problemas respiratórios.

Além disso, o número de casos e mortes pela Covid-19 tem registrado queda no país. No último dia 12, o Brasil não registrou nenhuma morte pela doença em 24 horas, pela primeira vez em 3 anos. 

Apesar da situação mais controlada, o pesquisador da Fiocruz Marcelo Gomes alerta que, em eventos com grande aglomeração, como o carnaval, a transmissão de vírus respiratórios é facilitada. Por isso, ele faz recomendações aos foliões:

“Quem está com algum sintoma sugestivo de infecção respiratória vale a pena fazer o resguardo, ficar em casa, evitar os blocos, os eventos, as celebrações, as comemorações de carnaval para evitar eventualmente estar passando para outras pessoas, facilitando o processo de aumento no número de casos na sua localidade.” 

Rodrigo Calazans, arquivista de 32 anos, conta que vai curtir o carnaval em Brasília (DF). Depois de 3 anos de pandemia, ele está feliz em finalmente poder festejar nos bloquinhos, mas não deixou de lado os cuidados contra o coronavírus. 

“Eu tomei as quatro doses da vacina de Covid-19. Além de tentar tomar todos os cuidados - passar álcool em gel, tentar ter um pouco de distanciamento - não vou deixar também de me alegrar, porque depois de 2 anos, nós vamos ter finalmente um carnaval com blocos e estou bastante feliz.”

O professor de epidemiologia da Universidade de Brasília (UnB) Walter Ramalho ressalta que a principal forma de prevenir é a vacinação, especialmente o esquema completo contra a Covid-19 e o imunizante contra a gripe.

Amazonas

O Boletim InfoGripe da Fiocruz registrou um aumento de casos positivos de Influenza A e Covid-19 no estado do Amazonas nas últimas semanas. Apesar do volume ainda ser relativamente baixo - e não refletir a média nacional -, pode indicar o início de uma temporada de crescimento dos casos. 

O epidemiologista Walter Ramalho explica que as regiões Norte, Sul e Sudeste apresentam momentos sazonais e aumento do risco para doenças respiratórias em épocas diferentes do ano. 

“Então seria importante observar [essa sazonalidade] e fazer algumas campanhas diferenciadas no Brasil. A gente sabe que campanhas de vacinação são muito caras. Mas, em um momento posterior, talvez fosse interessante que o Programa Nacional de Imunização possa fazer uma estratégia diferenciada de abordagem às pessoas para poder oportunizar esses momentos de antecipação da sessão das ondas de risco para a Influenza.” 

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Pós-carnaval

Segundo Walter Ramalho, é esperado um aumento do número de casos de doenças infectocontagiosas, como gripe e Covid-19, logo após as festas de carnaval. E alguns fatores contribuem para esse aumento.

“Além da contaminação propriamente dita das infecções, a gente também tem, por parte dos foliões mais festivos, uma queda muito grande da imunidade, porque as pessoas deixam de se alimentar, deixam de dormir e fazem o uso muito forte de bebidas alcoólicas. [Há] diminuição também da ingesta de líquidos. Enfim, há uma diminuição da imunidade natural das pessoas e um choque imunológico importante das doenças infectocontagiosas.  Então realmente isso é um período importante sob o ponto de vista epidemiológico no Brasil.”

Campanha de Vacinação

O Ministério da Saúde anunciou o início de uma campanha de vacinação contra a Covid-19 em 27 de fevereiro, logo após o período do carnaval. Inicialmente devem se vacinar idosos com mais de 60 anos, gestantes e puérperas, imunocomprometidos, pessoas com deficiências, internos em instituições de longa permanência, indígenas, ribeirinhos, quilombolas e profissionais da saúde.

O pesquisador da Fiocruz Marcelo Gomes afirma que já é esperado um aumento de casos de Covid-19 este ano no Brasil. Por isso, ele destaca a importância da campanha de vacinação neste momento. 

“Quem está em atraso com a sua quantidade de doses de acordo com a sua faixa etária, com o seu estado de saúde, deve buscar informação, ir atrás, ficar em dia com a quantidade de doses recomendadas para o seu caso particular, para que quando chegar esse momento - caso ele chegue - a gente esteja com a proteção adequada.”

O Ministério da Saúde ainda não detalhou a data de vacinação de cada grupo. A meta é vacinar 90% do grupo prioritário. 

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