Data de publicação: 16 de Fevereiro de 2023, 16:15h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:26h
Após quase três anos desde o decreto da pandemia de Covid-19, o Brasil não registrou nenhuma morte pela doença em 24 horas, pela primeira vez, no último dia 12. Essa tendência de queda tanto no número de óbitos quanto na quantidade de casos notificados foi percebida nesta última semana. Os dados são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
A média móvel de mortes nos últimos sete dias é a menor desde novembro de 2022 (44), o que representa uma diminuição em 20% quando comparada com a semana passada. O infectologista e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia José David Urbaez explica que a queda percebida nesta semana é devido, principalmente, à vacinação.
“O próprio tempo de evolução do convívio entre o novo agente infeccioso e a população e a soma de um grande fator de proteção que é a vacina, nas suas várias doses, faz um perfil em que é possível estarmos em um momento favorável da pandemia”, analisa o infectologista.
No entanto, apesar das quedas no número de casos e mortes, Urbaez classifica ainda a doença como de “enorme impacto na saúde pública”, por conta de fatores como a letalidade do vírus, que continua alta. Segundo o Conass, a taxa de letalidade no país é de 1,9%.
“Em epidemiologia, [é difícil] você definir o final de uma pandemia em um evento tão devastador e com uma duração tão curta. Então isso não são definições fáceis, não são definições previsíveis. Como nós falamos desde o início da pandemia, estas são avaliações que se fazem a cada dia”, explica Urbaez.
Nas últimas 24 horas foram registrados 46 óbitos e mais de 11 mil casos, segundo dados do Conass. A média móvel de casos também é a menor desde novembro do ano passado (7.571). Desde o início da pandemia foram confirmados quase 37 milhões de casos da doença. No mesmo período, 697.894 pessoas morreram devido ao vírus no país.
Apesar da diminuição dos casos de Covid-19 no Brasil, a China - país em que foi detectado pela primeira vez a transmissão do Sars-Cov-2 em humanos - informou no mês passado que 80% da população chinesa já haviam contraído a doença até então. O governo chinês afirmou que por esse fato é pouco provável que outros surtos de infecção pelo vírus ocorram nos próximos dois ou três meses. Quase 60 mil chineses morreram em hospitais até 12 de janeiro, após o governo encerrar a política de "Covid-Zero".
Fim do passaporte da vacina em SP
Nesta quarta-feira (15), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sancionou lei que proíbe a exigência do passaporte de vacinação contra a Covid-19 para acesso aos locais tanto públicos quanto privados do estado. A medida veio do projeto de lei 668/2021 de autoria de 16 deputados estaduais. O projeto havia sido aprovado no ano passado pela Assembleia do Estado de São Paulo (Alesp).
A lei já está em vigor. No entanto, o governador vetou seis dos nove artigos que o PL continha. Entre os vetos estão: a proibição de comprovante de vacinação contra a Covid-19 para atendimento médico, servidores públicos e para ingresso em escolas públicas e particulares; a competência às famílias para decidirem sobre a vacinação de seus filhos menores de idade; a obrigação dos médicos de notificarem todos os casos de reações à vacina contra a doença; a capacitação das equipes de saúde para identificar sintomas de alergia e intolerância à vacina.
Nas últimas 24 horas, o estado registrou quase três mil novos casos da doença e 22 mortes. Desde o início da pandemia, o estado de São Paulo acumula quase 2,5 milhões de notificações de casos de infecção pela Covid-19 e pouco mais de 44,6 mil óbitos.