LOC.: Um levantamento da Infinity Asset Management aponta que o Brasil tem a segunda maior taxa de juros entre os 40 principais países do mundo. Hoje, está em 13,75%, atrás apenas da taxa da Argentina, na casa dos 75% ao ano.
Administrador e economista, Eduardo Fayet explica que com os juros elevados fica caro para as empresas e pessoas investirem em produção e consumo, o que diminui o ritmo de crescimento do país.
Para um governo que se elegeu com a promessa de não elevar os gastos, isso não é nada bom, diz o especialista. Ainda assim, ele defende uma revisão para baixo dos juros, mas de forma gradual.
TEC.SONORA: Eduardo Fayet, administrador e economista
"Não é uma conta simples. O Banco Central não pode fazer uma redução brusca dos juros, porque isso impacta na previsibilidade, é ruim para o mercado financeiro e, também, para as indústrias e investidores da economia real. Vários economistas têm feito uma conta que a taxa Selic poderia estar entre 8% e 9%, mesmo com a inflação que temos hoje".
LOC.: A economista Deborah Bizarria acredita que o Banco Central age corretamente ao esperar mais antes de começar um ciclo de redução da taxa de juros.
TEC.SONORA: Deborah Bizarria, economista
"É saudável que o Banco Central esteja agindo com cautela. Uma definição de qual vai ser a política fiscal do governo Lula é fundamental como insumo para as decisões do Banco Central de manter a subida ou diminuir a taxa de juros. Afinal de contas, se a política fiscal for expansionista, ela adiciona demanda e pressiona a inflação e, também, os juros para cima".
LOC.: O deputado federal Evair de Melo (PP-ES) diz que a solução para o problema deve vir de forma técnica e não com pressão sobre o Bacen.
TEC./SONORA: deputado federal Evair Vieira de Melo (PP – ES)
"O governo deveria se centrar e apresentar um plano da retomada do emprego, da retomada do crescimento econômico, para atrair novos investimento para o Brasil, principalmente com o capital externo. Isso naturalmente vai distensionar a pressão sobre a economia brasileira e vai trazer uma redução nos juros e quando eu tiver o crescimento da cadeia produtiva, também vou reduzir a inflação, porque eu tenho maior oferta".
LOC.: O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que pretende entregar ainda em março uma nova regra fiscal para substituir o teto de gastos.
Reportagem, Felipe Moura