Image by Freepik
Image by Freepik

BCG: cobertura vacinal tem o menor índice em uma década

Desde 2016, praticamente todas as coberturas vacinais estão abaixo do patamar esperado pelo Ministério da Saúde


O Brasil registrou a mais baixa cobertura da vacina BCG em bebês de zero  a um ano, em uma década: 79,5%. O dado foi registrado em 2021 pelo Observa Infância e o Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase). Em 2022, o número obteve um leve crescimento e chegou a 80%, mas esse resultado ainda é preliminar. Desde 2016, todas as coberturas vacinais estão abaixo da meta. Apenas em 2011, o país registrou o número de 100% de imunizados entre crianças de até quatro anos.

A vacina BCG é um imunizante contra tuberculose, doença infecciosa e transmissível, que afeta principalmente os pulmões e, apesar de ser antiga, continua sendo um importante problema de saúde pública. Atualmente, cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose no mundo, e é responsável por mais de um milhão de óbitos anuais.

A professora de Imunologia da Universidade Federal do Goiás (UFG) Ana Paula Junqueira Kipnis explica a importância da vacinação com o imunizante BCG ainda quando criança, preferencialmente, até quatro meses de idade. 

“Quando o tutor, pais ou responsáveis não levam as crianças para vacinar com a BCG, o que acontece? Acontece uma menor resposta para outras vacinas. As crianças estão expostas ao "Mycobacterium tuberculosis”, que é transmitido pelo ar, além de serem mais suscetíveis à infecção com tuberculoses que os adultos”, explica a professora. 

A vacina BCG, além de proteger contra a tuberculose, eleva as taxas de proteção contra várias outras doenças imunopreveníveis, como poliomielite, tétano, coqueluche, influenza e sarampo. 

“Além disso, ao não vacinar com a BCG você perde a oportunidade de ter uma resposta melhorada a outras vacinas. A idade recomendada é de até três meses de idade, mas se você não vacinou a criança e ela está com qualquer idade, é melhor levá-la e atualizar o calendário de vacinação. É uma única dose de vacina, e é melhor ter tomado a vacina do que não ter tomado”, complementou Kipnis. 

Neste ano, o Ministério da Saúde elevou o status do Programa Nacional de Imunizações (PNI) a um departamento específico dentro da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA). As metas do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública são: alcançar redução de 90% do coeficiente de incidência da tuberculose e redução de 95% no número de mortes pela doença no país até 2035, quando comparados com os dados de 2015.

Receba nossos conteúdos em primeira mão.

LOC.: O Brasil registrou, em 2021, uma das mais baixas coberturas da vacina BCG em bebês de 0 a 1 ano: 79,5%. Desde 2016, todas as coberturas vacinais estão abaixo da meta. Apenas em 2011, o país registrou o número de 100% de imunizados entre crianças de até quatro anos. 

A Professora titular da área imunologia e coordenadora da rede Goiana de Pesquisa em Tuberculose Ana Paula Junqueira Kipnis explica a importância da vacinação entre o público-alvo, sendo crianças de 0 a 1 ano de idade. 
 

TEC/SONORA: Ana Paula Junqueira Kipnis, Professora titular da área imunologia e coordenadora da rede Goiana de Pesquisa em Tuberculose

“O tutor, pais ou responsáveis não levam as crianças para vacinar com a BCG, o que acontece? Acontece uma menor resposta para outras vacinas. As crianças estão expostas ao ‘’Mycobacterium tuberculosis”, que é transmitido pelo ar, além de serem mais suscetíveis a infecção com tuberculoses que os adultos.”
 


LOC.: Além disso, a professora afirma que a vacina BCG protege contra a tuberculose e ainda eleva as taxas de proteção contra várias outras doenças imunopreveníveis, como poliomielite, tétano, coqueluche, influenza e sarampo. 

TEC/SONORA: Ana Paula Junqueira Kipnis, Professora titular da área imunologia e coordenadora da rede Goiana de Pesquisa em Tuberculose

“Além disso, não vacinar com a BCG, você perde a oportunidade de ter uma resposta melhorada a outras vacinas. A idade recomendada é de até três meses de idade, mas se você não vacinou a criança e a criança está com qualquer idade, é melhor levar a criança e atualizar o calendário de vacinação. É uma dose única de vacina, e é melhor ter tomado a vacina do que não ter tomado.”
 


LOC.: A recomendação do Ministério da Saúde é que a vacina BCG seja administrada em recém-nascidos, podendo ser ofertada para crianças de até 4 anos de idade, não vacinadas anteriormente. Além disso, o estímulo à imunização voltou ao pilar das ações prioritárias de gestão da pasta. As metas do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública são: alcançar redução de 90% do coeficiente de incidência da tuberculose e redução de 95% no número de mortes pela doença no país, até 2035.

Reportagem, Daniela Gomes