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Sistema de desinfecção de táxis e transportes por aplicativo rende premiação a escola de Sergipe em torneio nacional de robótica

Projeto faz uso da luz UV-C para desinfecção. Competição tinha foco no combate à Covid-19

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A fácil infecção pelo coronavírus através do ar ou simples contato com superfícies contaminadas afastou a população de táxis e transportes por aplicativo e obrigou os trabalhadores da área a adaptarem os veículos para a viagem mais segura de passageiros. Ainda assim, o risco de contaminação de usuários e motoristas é alto, já que diferentes pessoas passam pelo mesmo local todos os dias, mesmo com a circulação reduzida nas cidades. 

Pensando nisso, um grupo de oito alunos do colégio particular COESI, de Aracaju, desenvolveu um sistema de desinfecção para transportes particulares com uso da luz UV-C, chamado de SAFETRIP. O projeto rendeu à equipe ROBOCOE o terceiro lugar geral no Torneio SESI de Robótica – Desafio Covid-19. 

Os estudantes criaram o produto a partir da percepção de que, no transporte privado de passageiros, ainda não havia proteção eficaz tanto para motoristas quanto para os usuários. Na prática, o sistema é de fácil uso. Entre uma viagem e outra, o motorista aciona uma lâmpada que emite a luz UV-C por três minutos, tempo suficiente para a desinfecção do ambiente.

“Vimos que aplicativos de transporte exigiram que os motoristas colocassem um biombo que dividisse a relação entre passageiro e motorista. A relação passageiro com passageiro não havia proteção, já que um sai e outro entra. Quando o passageiro sai, a luz é ligada. Fizemos teste com radiômetro e conferimos que a radiação não passava para o motorista. Quando apaga a luz, automaticamente acaba a radiação”, explica o técnico da equipe, Hélio Igor. “O aparato custa R$ 350. É barato e eficaz. Só com material de limpeza o custo é de cerca de R$ 200 por mês, além do risco de limpar a parte traseira. Com o sistema de desinfecção, só se gasta uma vez. Pessoas passaram a confiar mais nos carros em que aplicamos o sistema e tinham o selo SAFETRIP de proteção ”, completa. 

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O projeto demorou aproximadamente três meses para ficar pronto. A equipe ROBOCOE teve a preocupação de desenvolver algo que fosse viável, eficaz e que alcançasse toda a população, sem restrição de idade. Além de eliminar o coronavírus, o produto também atua contra outros tipos de vírus, bactérias e fungos. Hélio Igor diz que há a possibilidade de produção do sistema de desinfecção em larga escala. Segundo Igor, já há uma fabricante de lâmpadas UV-C interessada no projeto.

“Estamos agora no processo de patente, de registro da solução. É um produto escalável, já foi estudado pela empresa. Já se dispuseram a ser fornecedor das lâmpadas em um primeiro momento, e depois avaliar venda em larga escala. O sistema tem um valor de mercado muito efetivo e há grande chance de ser multiplicado”, diz o técnico. 

Uma das integrantes da equipe ROBOCOE, Sofia Machado Menezes, estudante do 9º ano do ensino fundamental, ressalta a importância do projeto em meio à pandemia e destaca o trabalho em equipe realizado para a conclusão do produto. “É perceptível que nosso projeto é de suma importância, visto que mesmo com o coronavírus, ainda existe mais de 15,4 milhões de pessoas que utilizam o serviço de transporte privado. O SAFETRIP garante segurança a todos durante a corrida”, diz. “Ao decorrer do projeto, percebemos a importância do trabalho em equipe. Todos utilizaram suas habilidades e nos ajudamos mutualmente”, completa. 



O torneio

O Torneio SESI de Robótica – Desafio Covid-19 teve quase dois mil estudantes inscritos de escolas públicas e particulares de todo o país. Ao todo, foram pouco menos de 400 equipes disputando as primeiras colocações. A competição tinha o objetivo de estimular o desenvolvimento de projetos de diagnóstico, prevenção ou combate ao coronavírus.

Sete equipes foram premiadas: primeiro, segundo e terceiro lugares no geral, e ainda prêmios para o Melhor Projeto de Pesquisa; Melhor Projeto em Criatividade e Inovação; Melhor Proposta de Empreendedorismo e, também, de Impacto Social.

Todas as sete vencedoras receberam medalhas individuais por competidor e um troféu por equipe, da respectiva categoria conquistada. Além disso, as três primeiras colocadas foram convidadas a expor seus projetos em um stand exclusivo, durante o próximo Festival SESI de Robótica, previsto para ocorrer em maio de 2021.
 

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