Leitos Covid - Foto: Agência Brasília
Leitos Covid - Foto: Agência Brasília

RJ terá regulação única de leitos de Covid-19, entre estado, prefeitura e Ministério da Saúde

Objetivo é centralizar as filas de acesso aos leitos do SUS, em sistema mais transparente

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Rio de Janeiro terá regulação única de leitos de Covid-19, entre estado, prefeitura e Ministério da Saúde. A medida pretende centralizar todas as filas de acesso a leitos SUS do estado, em um sistema no qual governo estadual, prefeituras e demais entes da administração pública possam controlar e monitorar o atendimento à população, com mais transparência. A proposta foi apresentada pelo secretário de Estado de Saúde, Carlos Alberto Chaves, em reunião com o governador em exercício Cláudio Castro e o prefeito do Rio, Eduardo Paes.

Em entrevista coletiva, o secretário Carlos Alberto Chaves falou sobre a importância da transparência das filas de leitos. “Leito é moeda política. Quando for fila única, quero ver mexer. Ninguém fura fila de transplante, porque ela é transparente. [A regulação única] é a única solução para dar universalidade ao cidadão”. Ele também fala sobre as dificuldades de municípios pequenos, que não dispõem de recursos tecnológicos, em conseguir alocar seus pacientes em hospitais que tratam alta complexidade. Segundo o secretário, com a Central Estadual de Regulação, isso deve acabar.

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A professora de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Lígia Bahia, destaca a vantagem de se ter uma gestão única de leitos Covid-19 entre estados e municípios. “Vai haver um somatório dos recursos. Na prática poderá, por exemplo, encaminhar uma pessoa atendida por uma unidade de saúde da família do município, para um hospital estadual mais próximo. Um hospital pode colaborar com outro, pode emprestar medicamentos. Também pode haver uma realocação de profissionais de saúde”. A professora explica que essa prática já acontece, mas não inclui todos os leitos. 

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, até então, apenas 60% dos leitos SUS do estado estavam sob controle da Central Estadual de Regulação. Alguns municípios possuem centrais de regulação próprias, inclusive para serviços de alta complexidade e para pacientes com Covid-19. No entanto, esses leitos deveriam ser regulados pelo governo estadual. O secretário Carlos Alberto Chaves explica que “o estado faz a alta complexidade, mas a média e baixa – a atenção básica – são dos municípios”.

Arte - Brasil 61

A expectativa do secretário Estadual de Saúde é que a gestão única dos leitos Covid-19 já esteja em funcionamento nesta terça-feira (12), e que, na semana seguinte, haja a regulação total da alta complexidade, tais como leitos de CTIs, radioterapia, oncologia, etc.

Painel Coronavírus

Em entrevista coletiva, a Secretaria de Estado de Saúde apresentou a nova versão do Painel do Coronavírus, que vai substituir os boletins diários. A plataforma é atualizada diariamente às 17 horas, com dados acessíveis sobre a Covid-19, além de trazer análises de informações epidemiológicas da pandemia.

O médico da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, da SES-RJ, Alexandre Chieppe, afirma que a plataforma simplifica o acesso aos dados. “Todas essas informações estavam disponíveis de outra forma. O que fizemos agora foi sistematizar essas informações, deixá-las de forma mais clara, para que, tanto um leigo, população em geral, quanto um profissional de imprensa – que não é especializado – possa ter maior clareza na visualização e interpretação dos dados, sem que precisemos emitir uma nota técnica sobre isso”, explica.

Dentre as informações, o painel apresenta número de casos confirmados, óbitos, casos recuperados, mapa de risco, além das solicitações diárias de leitos Covid-19 (UTI e enfermaria) e a quantidade de pessoas na fila de espera. 

Demais estados

A professora de medicina da UFRJ, Lígia Bahia, explica que vem acontecendo, no Brasil, uma repartição das competências entre estados e municípios. Ela cita como exemplo o estado do Paraná, onde os municípios possuem mais autonomia e responsabilidades, ao mesmo tempo que o estado exerce melhor o papel de coordenar e apoiar os municípios.

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