Data de publicação: 02 de Dezembro de 2020, 04:00h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:32h
A Fábrica de Blocos do Pico, instalada no município de Itabirito (MG), é a primeira planta que produz materiais para a construção civil cuja matéria-prima essencial é o rejeito da atividade de mineração. A expectativa é de que, a cada ano, aproximadamente 30 mil toneladas de rejeito deixem de ser despejadas em barragens, por exemplo, e passem a ser transformadas em produtos pré-moldados de larga aplicação na indústria da construção civil.
Segundo a gerente-executiva do Complexo Vargem Grande da Vale, Karina Rapucci, a fábrica, localizada na Mina do Pico, pretende promover a economia circular na operação de beneficiamento do minério de ferro. Entre o material produzido estão pisos intertravados, blocos de concreto estruturais, blocos de vedação, placas de concreto, manilhas, blocos de vedação, entre outros.
“É a primeira iniciativa da Vale de reaproveitamento do rejeito do processo minerário. É um grande passo para a mineração do futuro, porque ela possibilita o reaproveitamento de todos os recursos minerais de uma maneira mais ampla, não utilizando apenas o minério de ferro, mas também a sílica presente no rejeito. O rejeito que antes era disposto em pilhas e barragens, agora volta para a cadeia produtiva”, explica Karina.
Nos primeiros dois anos da fábrica, a empresa deve investir cerca de R$ 25 milhões em pesquisa e desenvolvimento tecnológico (P&D). A iniciativa vai contar com a colaboração do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Ao todo, dez pesquisadores da instituição vão atuar na pesquisa durante este período. O grupo será composto por professores, técnicos de laboratório e alunos de pós-graduação, graduação e curso técnico.
A inauguração da fábrica, que ocorreu no último dia 17, contou com a presença do presidente do SINDIEXTRA e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), José Fernando Coura. Na avaliação dele, a inciativa é positiva, pois representa a evolução da indústria no sentido de promover a sustentabilidade no setor.
“As empresas estão mudando muito. Hoje, 80% dos associados do SINDIEXTRA já não têm barragem. A deposição de rejeito já está sendo feita com filtragem e o rejeito é depositado em pilhas. Cada vez mais estamos falando em economia circular, como por exemplo nas siderúrgicas. A escória vai para a fábrica de cimento, o fino de minério retorna para as mineradoras e é assim que vamos reaproveitando”, pontua Fernando Coura.
Ampliação do projeto
A fábrica de blocos ocupa uma área de 10 mil m² dentro da unidade da Mina do Pico, no Complexo Vargem Grande. Todo o sistema de produção da fábrica é automatizado, o que evita desgaste físico da equipe que atua na manipulação das peças.
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De acordo com a Vale, o objetivo é replicar a fábrica de blocos em outras unidades instaladas em Minas Gerais, após o período de P&D na Mina do Pico. A empresa mantém parceria com mais de 30 organizações, entre universidades, centros de pesquisas e empresas nacionais e estrangeiras. Todo o trabalho é voltado para o reaproveitamento do resíduo da mineração em diferentes setores da indústria.