Data de publicação: 28 de Janeiro de 2021, 23:00h, atualizado em 29 de Janeiro de 2021, 08:10h
LOC: Olá, sejam bem-vindos ao Entrevistado da Semana. Eu sou Paulo Oliveira e comigo está Ricardo Caichiolo, PhD em Ciências Sociais e Políticas pela Université Catholique de Louvain, na Bélgica, e professor do Ibmec Brasília.
Ricardo, muito obrigado por nos receber!
“Eu que agradeço!”
LOC.: Eu começo perguntando ao senhor, qual é a função dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado e que papel eles desempenham na harmonia entre os três poderes?
“Convém destacar que a atual eleição se dará pela impossibilidade dos atuais presidentes de ambas as casas se candidatarem novamente, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição Federal determina a atribuição dos chefes de cada um dos poderes. A partir daí, espera-se que eles convivam em harmonia conforme cada uma de suas atribuições, entre elas questões administrativas. No caso da Câmara e do Senado, a função mais importante é a possibilidade de pautar as votações que vão ocorrer em plenário.”
LOC.: É importante que os presidentes da Câmara e do Senado tenham um alinhamento com o presidente da república ou, ao menos, uma relação harmoniosa com ele?
“O ideal é que haja uma coordenação entre governo federal e os presidentes da Câmara e do Senado, para que a tramitação dos projetos fluam em benefício do cidadão. Porém, o que ocorre na prática, eventualmente não há um alinhamento entre o chefe do Executivo e os presidentes do Legislativo. Atualmente, por exemplo, o presidente da República apoia abertamente a vitória dos candidatos Arthur Lira, na Câmara, e Rodrigo Pacheco, no Senado. Isso ocorre porque já houve conversas prévias com esses postulantes e a base que os apoiam para que os projetos de interesse do Executivo sejam pautados nas casas.”
LOC.: Quais propostas devem ter prioridade neste ano?
“Independentemente de quem se tornar presidente da Câmara dos Deputados e do Senado, há pautas que necessariamente terão que ser abordadas, principalmente relacionadas à economia. Também há propostas relacionadas à pandemia e também a discussão de retorno do auxílio emergencial, que necessariamente precisa passar pela Câmara e Senado.”
LOC.: Por que os presidentes da Câmara e do Senado possuem tanta visibilidade e concentram tanto poder?
“Pautar o que é debatido no plenário dá um poder enorme a quem ocupa esses cargos, sobretudo em um momento que as votações se restringem ao plenário [por conta da pandemia]. Muitos projetos de lei também são votados de forma terminativa dentro das comissões e nem precisam ir ao plenário. Outro ponto que deve ser salientado é o fato de que ambos os presidentes estão na linha sucessória do presidente da República. Essa linha segue a seguinte ordem com a falta do presidente: vice-presidente da República, presidente da Câmara e do Senado. Essa é uma questão bastante importante.”
LOC.: Ricardo, muito obrigado pela entrevista.
Eu que agradeço!
LOC: Nós conversamos com Ricardo Caichiolo, PhD em Ciências Sociais e Políticas pela Université Catholique de Louvain, na Bélgica, e professor do Ibmec Brasília.
Reportagem, Paulo Oliveira