Data de publicação: 08 de Março de 2021, 00:00h
LOC.: A pandemia da Covid-19 alterou a dinâmica da vida de milhares de mulheres. Foram evidenciadas dimensões de desigualdades sociais, entre a sobrecarga e o acúmulo das tarefas, se desdobrando para conciliar trabalho, filhos, falta de dinheiro e sanidade mental.
Metade das brasileiras passou a ter de cuidar de alguém por conta da pandemia, apontou o levantamento “Sem parar: o trabalho e a vida das mulheres na pandemia”, da Sempreviva Organização Feminista. Essa proporção segue uma tendência que detectou estar havendo um aumento de famílias brasileiras sendo chefiadas por mulheres.
Desempregada há dois meses por causa da pandemia, Adriana Abreu (40), moradora da Rocinha, tem cinco filhos e cria uma sobrinha. Em meio às dificuldades financeiras, ela vem se mantendo com o cartão-merenda das crianças, à espera do seguro desemprego. Sozinha ela segura as pontas em casa.
“Sempre corri atrás de tudo, sempre batalhei para sustentar e dar o melhor para eles.”
LOC.: Dados do IBGE de 2018, amostra mais recente, apontam que cerca de 7,8 milhões de mulheres brasileiras chefiavam famílias.
Mulher, negra, trabalhadora e mãe e solo. A enfermeira do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Mônica Calazans (55), foi a primeira pessoa a ser imunizada contra a Covid-19 no País. Com coragem, ela se arriscou todos os dias desde o início para salvar vidas na linha de frente do combate à pandemia.
Segundo o relatório “Covid-19: Um Olhar para Gênero” da ONU, 70% da força de trabalho ligada à área da saúde no mundo é feminina. No Brasil, os números são parecidos, 65% dos seis milhões de profissionais do setor são do sexo feminino.
Em toda a sua jornada, a enfermeira disse nunca ter passado por uma situação tão triste e complicada, mas a vacina trouxe de volta seu otimismo.
“Eu sou uma pessoa comum, uma pessoa que trabalha, uma pessoa que sai cedo. A minha vida pessoal não mudou nessas questões, eu continuo trabalhando todos os dias. O que mudou foi a minha representação, eu falo em pró à saúde, aos brasileiros, que agora nós temos uma saída.”
LOC.: Mônica é um símbolo de representatividade feminina e de esperança de dias melhores.
Reportagem, Rafaela Gonçalves
NOTA
LOC.: A pandemia da Covid-19 alterou a dinâmica da vida de milhares de mulheres. Foram evidenciadas dimensões de desigualdades sociais, entre a sobrecarga e o acúmulo das tarefas, se desdobrando para conciliar trabalho, filhos, falta de dinheiro e sanidade mental.
Metade das brasileiras passou a ter de cuidar de alguém por conta da pandemia, apontou o levantamento “Sem parar: o trabalho e a vida das mulheres na pandemia”, da Sempreviva Organização Feminista. Dados do IBGE de 2018, amostra mais recente, apontam que cerca de 7,8 milhões de mulheres brasileiras chefiavam famílias.
E além dos lares, elas comandam também o combate à pandemia. Segundo o relatório “Covid-19: Um Olhar para Gênero” da ONU, 70% da força de trabalho ligada à área da saúde no mundo é feminina. No Brasil, os números são parecidos, 65% dos seis milhões de profissionais do setor são mulheres.
Reportagem, Rafaela Gonçalves