Foto: Arquivo/EBC
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Brasil registra queda no número de casos de hepatites em 2019, aponta MS

Apesar do resultado, o país ainda precisa melhorar a situação e conseguir atingir a meta de reduzir em até 90% os casos da doença e em 65% as mortes associadas a ela até 2030

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O Brasil registrou queda no número de casos de hepatites em 2019. Dados do Ministério da Saúde divulgados na última semana apontam que, no entanto, apesar desse avanço, o país ainda precisa melhorar a situação e conseguir atingir a meta de reduzir em até 90% os casos da doença e em 65% as mortes associadas a ela até 2030. Esse compromisso foi firmado no Plano Estratégico Global das Hepatites Virais.

Em relação à hepatite B, a quantidade de casos registrados no ano passado chegou a 13.971, uma redução frente aos 14.686 de 2018. Os óbitos, por sua vez, tiveram uma variação positiva entre 2017 e 2018, passando de 414 para 424. No recorte por região, o Sul foi o que registrou o maior número de pessoas com a doença, chegando a 4.529. Na sequência aparecem Sudeste e Norte, com 3.867 e 2.471, respectivamente. No Nordeste a quantidade atingiu 2.021, enquanto o Centro-Oeste registrou 1.081 casos.

“Nós temos um abastecimento importante de medicamentos para as hepatites. E, depois de uma luta muito grande, de um ano aproximadamente, conseguimos fazer uma mudança importante, diminuir a burocracia para o tratamento de um paciente com hepatite, e quem precisa de medicamentos tem pressa. A gente tem que desburocratizar o máximo possível”, aponta o diretor do Departamento de Doenças Crônicas e ISTs, Gerson Pereira.

O balanço aponta, ainda, que mais homens foram infectados do que mulheres. O número de pessoas do sexo masculino com hepatite B foi de 7.938, enquanto do sexo feminino somou 6.028. No recorte por raça e cor, a enfermidade foi mais comum em pardos, com 5.637 casos. Nos brancos, a doença foi confirmada em 5.420 pessoas; em pretos chegou a 1.399; amarelos 177 e indígenas 125. A principal forma de contágio foi por via sexual, com 20,4%.

Sobre os casos de hepatite C, o levantamento do Ministério da Saúde revela que houve uma baixa de 2018 para 2019, de 27.773 para 22.747. As mortes ocasionadas pela doença também recuaram, ao passarem de 1.720 em 2017 para 1.574 em 2018. No ano passado, em termos territoriais, a prevalência foi no Sudeste, com 11.666; seguido por Sul, com 7.168; Nordeste, com 1.869; Norte, com 1.075 e Centro-Oeste, com 959.

“Com relação à hepatite C, o Ministério da Saúde realizou um pregão para aquisição de mais de 50 mil tratamentos para esta enfermidade. Isso garante ao nosso país um abastecimento da nossa rede de atenção à saúde até 2021. E não apenas para hepatite c, mas para hepatite B há estoque de medicamentos o suficiente para abastecer o SUS até o primeiro trimestre de 2021”, afirma o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo de Medeiros.

Já os casos registrados de hepatite A tiveram redução de 2.188 para 891, de 2018 para 2019. Os dados mais atualizados sobre óbitos pela enfermidade se referem a 2018, quando morreram 28 brasileiros. Em 2017, o número chegou a 22.

A hepatite D é o tipo da doença que apresenta o menor número de casos em relação às demais. Esta enfermidade foi responsável por 164 casos em 2019. No ano imediatamente anterior, o número foi menor, 151.  A região Norte foi a que registrou o maior volume de casos, com 104. No Sudeste brasileiro, o número de pessoas infectadas foi de 26; no Sul, chegou a 19; no Nordeste a 10 e no Centro-Oeste a 5.

Medidas

O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo de Medeiros, garantiu que o Ministério da Saúde “zerou” a fila de tratamento para hepatites virais. O termo é utilizado quando um determinado número de tratamentos anuais considerado adequado é atingido.

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Medeiros afirmou ainda que foi feito um pregão para mais de 50 mil tratamentos. Segundo ele, essa medida pode garantir o abastecimento da rede de saúde até 2021. Para hepatite B, o estoque de medicamentos estaria garantido até o 1º trimestre do próximo ano.

“Os medicamentos passaram a ser enviados mensalmente, antes era a cada três meses. Fizemos isso para garantir maior agilidade no atendimento. Consequentemente isso também garante maior controle dos estoques e diminui a chance do desabastecimento na ponta. O ministério envia 20% a mais do que consumo de cada estado”, destacou o secretário.

Ainda segundo Arnaldo de Medeiros, o Brasil tem um compromisso de reduzir, até 2030, 90% dos casos de hepatites. "Esta meta será alcançada com esforço contínuo do SUS, dos nossos profissionais, da cobertura vacinal e disponibilização dos tratamentos adequados", pontuou.

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