Carteira de trabalho. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Carteira de trabalho. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Sudam e Sudene: fim de incentivos fiscais pode reduzir empregabilidade

PL 4416/2021 prorroga até 2028 o prazo para a aprovação de projetos beneficiados com incentivos fiscais nas áreas de atuação da Sudam e da Sudene

SalvarSalvar imagemTextoTexto para rádio

Caso os incentivos fiscais concedidos nas áreas de atuação da Sudam e da Sudene sejam encerrados, a capacidade de investimento das empresas instaladas no Norte e Nordeste será reduzida substancialmente. A avaliação é do deputado federal João Daniel (PT-SE). O parlamentar é presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia (Cindra), onde aguarda análise o PL 4416/2021. 

A proposta prorroga de 2023 para 2028 o prazo para a aprovação de projetos beneficiados com incentivos fiscais de redução do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e de reinvestimento de tributos nas áreas de atuação da Sudam e da Sudene. Segundo João Daniel, a medida precisa ser aprovada para, entre outros pontos, garantir emprego e dignidade aos cidadãos.

“Nós acreditamos que esse projeto pode contribuir para que haja mais investimentos e diminuição das desigualdades regionais. Somos a favor de incentivos que garantam o desenvolvimento nacional, dando prioridade às regiões que mais necessitam, especialmente, Nordeste e Norte”, considera. 

O economista e pesquisador vinculado ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, Felipe Queiroz, destaca que, historicamente, as regiões abrangidas pelos incentivos fiscais contam com menor investimento econômico e industrial e, consequentemente, carecem de uma maior participação do estado no fomento e no desenvolvimento da atividade econômica e financeira. 

“Entendemos que a medida é positiva, porque contribui para a manutenção das empresas que já estão instaladas na região. Por outro lado, devemos entender que essas medidas, de modo isolado, não contribuem para o desenvolvimento da região. Devem ser acompanhadas de investimento em infraestrutura, em educação e em saúde, por exemplo. A conjunção desses fatores contribuirá para o desenvolvimento econômico e social”, avalia.  

Sudam

A Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional. O objetivo da Sudam é promover desenvolvimento includente e sustentável para os habitantes da Amazônia Legal. 

A Sudam atua em quase 60% do território nacional, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão, considerando as riquezas naturais com diferentes biomas, a diversidade econômica, sociocultural, étnica e o potencial geopolítico e estratégico da região.

Recursos da recompra de cotas do Finam e Finor já estão disponíveis para habitação popular

Em Pernambuco, MDR participa de simpósios para debater segurança hídrica

Em relação aos projetos aprovados no exercício de 2021, no âmbito da Sudam, estima-se que o valor de investimentos existentes, desde a instalação das unidades, seja de quase R$ 13 bilhões em inversões fixas e R$ 26 bi em capital de giro. Já em relação aos empregos, as unidades incentivadas contam com um quadro de mão de obra total de 30.802 colaboradores, entre antigos e novos.

Quanto ao exercício de 2022, as inversões fixas somam R$ 7,7 bi e o capital de trabalho está na ordem de R$ 10 bilhões. Acerca da mão de obra, as unidades referentes aos projetos aprovados no exercício reportaram o quantitativo total de 18.164 colaboradores, entre antigos e novos.

Sudene

A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) compõe um programa de desenvolvimento regional da região. O objetivo é promover a redução de desigualdades regionais no Brasil. Para isso, o governo federal criou o programa que realiza ações de empregabilidade e incentivos fiscais com o intuito de atrair investimento de empresas e a criação de emprego nas regiões contempladas.

A Diretoria Colegiada da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) aprovou, do início de 2022 até o final de setembro, 231 pleitos de incentivos fiscais. De acordo com as companhias contempladas, foram investidos R$ 9,9 bilhões nas localidades onde tiveram seus empreendimentos implantados. Essas empresas são responsáveis pela manutenção de 122 mil empregos, dos quais 11.848 são novos postos de trabalho. 

Entre 2013 e 2020, mais de 1,2 milhão de empregos foram gerados. Além disso, mais de R$ 247,7 bilhões foram investidos na região. Ainda de acordo com a Sudene, para cada R$ 1 real de renúncia são contabilizados R$ 8,15 reais em investimentos.  
 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.