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SP: indústria paulista gerou mais de 34 mil vagas de emprego formal apenas em janeiro, segundo dados do Caged

O bom desempenho do setor no estado reflete a melhora da atividade industrial em todo o país. Segunda a CNI, emprego e faturamento real das indústrias cresceram pelo terceiro mês consecutivo

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A indústria de transformação do estado de São Paulo teve saldo de 20.435 vagas de emprego com carteira assinada em janeiro. O setor ficou atrás apenas do de serviços (27.618) entre aqueles que mais geraram novas oportunidades de trabalho no estado. No entanto, se somadas as contratações da construção (13.864), a indústria sobe para o primeiro lugar. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). 

O desempenho do setor no estado reflete a performance da indústria no nível nacional. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o emprego no setor aumentou 0,1% no primeiro mês do ano. O índice vem subindo desde novembro e acumula alta de 0,5% no período. 

Além disso, o faturamento real da indústria de transformação cresceu 2,8% em janeiro de 2022. Foi a terceira alta consecutiva do indicador, que já havia crescido em novembro e dezembro. A alta acumulada nesse período é de 6,6%. Apesar do bom resultado em ambos os indicadores, o economista Benito Salomão destaca que é preciso esperar mais para ver se a retomada da atividade industrial é sustentável. 

“Eu acho que ainda é cedo para falar em uma recuperação da indústria, porque você está utilizando só dois indicadores: faturamento, que cresceu, e emprego, que cresceu, mas levemente, uma alta de 0,1%, praticamente uma estabilidade. Se você olhar as horas trabalhadas, esse indicador está estável. Se você olhar a produção, a produção está em queda”, avalia. 

“Esse aumento do faturamento, na verdade, pode estar significando simplesmente uma alta de preço e não, necessariamente, uma expansão do setor como a gente gostaria”, completa Benito. 

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Contraponto
Na contramão dos bons resultados, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) caiu 0,3% entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, e chegou a 79,1%, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em junho do ano passado — último mês em que o indicador subiu — a UCI alcançou 83,3%, o ponto mais alto desde 2014. 

A UCI é o índice que mede a quantidade de máquinas e equipamentos da indústria que estão em uso para atender à demanda. Quanto menor esse indicador, mais ociosidade há nas empresas. Na prática, significa que há mais máquinas e equipamentos parados do que havia em junho de 2021. 

Essa foi a sétima queda consecutiva da UCI da indústria brasileira. Para a deputada federal Adriana Ventura (Novo/SP), isso é sintoma de um problema antigo: a desindustrialização da economia nacional. “A gente está passando por um processo de desindustrialização há muito tempo, até por conta desse Custo Brasil. Então, existe uma capacidade ociosa que nós precisamos ocupar”, afirma. 

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A parlamentar alerta que é preciso incentivar as pessoas e as empresas a produzirem. “Hoje, ninguém tem incentivo para produzir sem que isso implique num custo pessoal que tira a pessoa do seu prumo, uma vez que ele não consegue atender e não é competitivo”, destaca. 

“Nosso trabalho é incentivar a indústria, gerar emprego, riqueza, diminuindo esse Custo Brasil, que é o que a gente tenta fazer através das reformas tributária e administrativa. A gente tem um Estado inchado, que sobrecarrega demais os empresários, os industriais e quem quer produzir”, conclui. 

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