Máquina Agrícola em Londrina (PR) - Foto: MAPA
Máquina Agrícola em Londrina (PR) - Foto: MAPA

Setor agrícola testa tecnologia 5G no Paraná

A expectativa é que o setor tenha um ganho de produtividade com o recebimento, transmissão e armazenamento de dados de forma mais rápida e com qualidade

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A primeira antena de internet 5G do sul do país foi inaugurada na zona rural de Londrina, no norte do Paraná. O equipamento está sendo usado para testes de forma experimental pelo setor agrícola, até que o leilão dessa nova frequência seja realizado no dia 4 de novembro. A expectativa é que o setor tenha um ganho de produtividade com o recebimento, transmissão e armazenamento de dados de forma mais rápida e com qualidade.

A antena foi instalada na área da Embrapa Soja, espaço conhecido por ser um pólo de desenvolvimento tecnológico para o campo. Segundo o deputado federal Gustavo Fruet (PDT-PR), se espera agilidade na implantação da nova tecnologia e acesso o mais amplo possível. “Nós estamos já com o uso da inteligência artificial, todo um trabalho com relação às cidades inteligentes, toda a tecnologia sendo incorporada na área rural e o que se espera é que não se concentre somente em áreas altamente rentáveis, como as regiões centrais e os grandes centros urbanos”, afirmou.

O setor produtivo será fortemente impactado pela chegada do 5G, que facilitará a conectividade das máquinas. Com a tecnologia, o produtor terá acesso a dados de qualquer lugar do mundo, possibilitando que a gestão de propriedades rurais possa ser feita a distância, com qualidade na recepção, armazenamento e transmissão de dados e imagens. São esperadas também melhorias significativas na organização da  produção das fazendas.  

Com a tecnologia, é esperada uma verdadeira revolução na conectividade, como pontuou o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Igor Nogueira Calvet. “Terá um impacto, creio eu, até muito maior para as empresas. Porque o 5G é uma tecnologia que vai permitir a comunicação não somente entre as pessoas, mas sobretudo, entre máquinas. É máquina conversando com máquina, é máquina conversando com a infraestrutura”, afirmou.

A expectativa é que o sinal transmitido pela antena de Londrina em fase experimental chegue a todos os equipamentos que estiverem em um raio de três quilômetros e tenham tecnologia capaz de receber o sinal 5G. A nova tecnologia de transmissão ainda vai demandar das empresas de telefonia investimentos em equipamentos para que o sinal chegue a todos os usuários. O planejamento do Governo Federal é alcançar todas as capitais brasileiras até meados de 2022 e o país inteiro até 2028.

Cidades inteligentes

O leilão do 5G vai ampliar e acelerar a implantação de Cidades Inteligentes. A estrutura de rede móvel mais rápida permitirá troca exponencialmente maior de dados em conexões ultra estáveis e de alta velocidade, possibilitando soluções inteligentes para iluminação, segurança e rastreamento de veículos, por exemplo, dentro do contexto da chamada Internet das Coisas (IoT).

A Rua Sergipe, na capital paranaense, já recebeu tecnologia de ponta por meio do projeto Cidades Inteligentes da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que leva para o espaço urbano tecnologias para melhorar a qualidade de vida da população. A instalação de Wi-Fi foi feita na principal avenida comercial da cidade para que os comerciantes possam trazer promoções e coletarem informações dos clientes que passam por lá. 

O prefeito Marcelo Belinati explicou como a tecnologia vai funcionar. “Você vai entrar lá no Wi-Fi e às vezes vai aparecer uma promoção, você tem cinquenta anos de idade, daqui três quadras em tal loja, tem é uma loja que está com promoção de um sapato. Por que tudo isso? É a tecnologia a favor do cidadão, a ideia é exatamente fazer com que a rua Sergipe seja um projeto piloto para toda Londrina, para Paraná e para o Brasil."

Leilão de frequências 

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) marcou para 4 de novembro o leilão das faixas de frequência do 5G no Brasil, que deve movimentar R$ 49,7 bilhões. Desse total, R$ 10,6 bilhões devem ser desembolsados pelas empresas vencedoras para pagamento das outorgas (direito de explorar comercialmente o 5G). Esse valor irá para o caixa do governo, se todos os lotes ofertados forem arrematados. E outros R$ 39,1 bilhões terão que ser investidos pelas empresas vencedoras para cumprir as contrapartidas, exigências previstas no edital.

No leilão, serão ofertadas quatro faixas de frequência: 700 MHz; 2,3 GHz; 26 GHz; e 3,5 GHz. A faixa de 3,5 GHz é a que desperta mais interesse das empresas de telefonia, por exigir menos investimentos para a implantação da tecnologia. 

O edital prevê, para cada uma das quatro faixas, exigências que terão que ser cumpridas pelas empresas vencedoras do leilão, como disponibilizar 5G nas capitais do país até julho de 2022, levar internet 4G para as rodovias e a construção de uma rede privativa de comunicação para a administração federal.

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