LOC.: O Congresso Nacional pode validar mudanças no Código Florestal que transferem para os prefeitos o poder de estipular as Áreas de Proteção Permanente, as APPs, nas cidades.
O projeto prevê que áreas próximas a rios, lagos ou lagoas, em locais urbanos, possam ser diminuídas dos atuais 30 metros para 15 metros e, assim, tornar possível a regularização de edificações, domicílios e estruturas consolidadas há muitos anos e consideradas irregulares pela legislação, como explica o senador Eduardo Braga, do MDB paraense.
TEC/SONORA: Eduardo Braga, senador do MDB/PA
“Irá tirar da ilegalidade milhares de empreendimentos residenciais, comerciais, industriais, e, ao mesmo tempo, vai abrir a legalidade com a responsabilidade ambiental necessária”.
LOC: O projeto de lei não permite mudança nas APPs sem construções consolidadas. Essas vão continuar regidas pelas regras atuais do código e, todas as mudanças vão precisar de projetos ambientais a serem discutidos nas Câmaras Municipais e previstos nos planos diretores municipais.
O especialista em Gestão Territorial Ambiental, do Instituto Brasileiro de Administração Municipal, Hélio Beiroz, diz que a reformulação pode contribuir para a regularização de setores habitacionais nos municípios, principalmente aqueles ocupados pela população de baixa renda.
TEC/SONORA: Hélio Beiroz, especialista em Gestão Territorial Ambiental do IBAM
“O município terá maior gerência sobre o planejamento do seu território, sobre a possibilidade de regularizar áreas cuja ocupação favorecem o interesse social e cria a possibilidade de regularizar áreas de população de baixa renda de uso já consolidado, muito antigo”.
LOC: O projeto de lei foi aprovado no Senado e segue para nova análise na Câmara dos Deputados. Quando passar a valer, pode contribuir para regularizar parte dos 432 mil domicílios irregulares localizados em áreas de propriedade pública ou privada no Pará, de acordo com dados do IBGE.
Reportagem, Cristiano Ghorgomillos