LOC.; Mais de 1200 prefeituras devem fechar o ano de 2023 no vermelho. É o que aponta uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Municípios, a CNM. Isso significa 27,2% dos entrevistados.
O estudo ouviu 4.456 prefeituras — 80% do total do país — entre os dias 25 de outubro e 27 de novembro.
Dessa forma, as prefeituras podem não conseguir pagar despesas básicas, como o 13º salário dos funcionários. Mais de 28% afirmaram que atrasariam o pagamento da primeira parcela, prevista para 30 de novembro. Já 9,4% devem atrasar o pagamento também da segunda parcela e a maioria, 87%, afirmou que vai pagar até o dia 20 de dezembro.
O advogado Ricardo Valadão, especialista em Gestão de Cidades e Gestão Pública, fala sobre um dos motivos que contribuem para este cenário.
TEC./SONORA: Ricardo Valadão - especialista em Gestão de Cidades e Gestão Pública
“Foi a redução da arrecadação do imposto de renda e também o aumento de restituição, ou seja, se você tem uma diminuição de arrecadação e você tem o aumento de distribuição do mesmo imposto, isso acabou prejudicando o planejamento. O governo tentou com algumas medidas amenizar, mas o principal meio de distribuição, que é o FPM [Fundo de Participação dos Municípios], ficou prejudicado”.
LOC.: A pesquisa ainda mostrou que 47,6% estão otimistas em melhorar as finanças municipais no próximo ano, mas, segundo o especialista em orçamento Cesar Lima, é preciso analisar bem o cenário.
TEC./SONORA: Cesar Lima - especialista em orçamento
“Esse otimismo pode gerar nas prefeituras uma vontade de gastar que pode não se consolidar com as receitas a serem arrecadadas. Um conselho que a gente sempre dá para as prefeituras evitarem fechar o ano no vermelho, é realmente se planejar, cortar despesas desnecessárias, fazer o planejamento dos seus investimentos com mais cuidado e com contas mais justas”.
LOC.: Quase a mesma quantidade, 46,7%, ou seja, 2.083 municípios, informaram que não acreditam em um cenário positivo.