
Voltar
LOC 1: O colapso nos portos brasileiros entrou em pauta na Confederação Nacional da Indústria, a CNI. O superintendente de Infraestrutura da confederação, Wagner Cardoso, destacou que a falta de áreas para armazenagem de contêineres representa um dos principais gargalos nas exportações brasileiras. A declaração foi feita durante audiência pública, na terça-feira, 19 de agosto, da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados.
Segundo Cardoso, em 2024, a movimentação de contêineres no Brasil aumentou 20% em relação a 2023. Dados apresentados indicam que 77% dos embarques foram afetados por cancelamentos ou atrasos. Para o superintendente, os terminais deveriam operar a 65% de sua capacidade para garantir eficiência.
TEC. SONORA: Superintendente de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso.
“Nossos portos de contêiner estão congestionados. A carga vem aumentando e o espaço para movimentação de carga aumentou muito pouco. Nossos terminais de contêiner são altamente eficientes, mas não cabe a um terminal de contêiner aumentar o espaço do porto. Está sendo comum no Brasil um contêiner ficar 30, 40 dias no terminal para ser exportado. Isso não existe lá fora. No país industrializado, isso só existe em tempo de guerra, em tempo de covid.”
LOC 2: O debate foi presidido pelo deputado Leônidas Cristino, do PDT do Ceará. Ele ressaltou a relevância estratégica dos portos para o comércio exterior e a necessidade de modernização para garantir competitividade, reduzir custos logísticos e aprimorar a infraestrutura multimodal.
Outros participantes, como o presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias, Sérgio Aquino, destacaram a falta de acessos adequados, seja ferroviário ou rodoviário, como problema crítico.
TEC. SONORA: Presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias, Sérgio Aquino.
“Quando fala de acessos terrestres, imaginar que nós temos portos no Brasil que nem acesso ferroviário dispõem. Isso é um absurdo, pensar num país que queira ser competitivo.”
LOC 3: A CNI defende que a construção de mais terminais de contêineres poderá desafogar os portos brasileiros e recuperar a eficiência do sistema logístico. Parlamentares, especialistas e o setor industrial concordam que esse avanço precisa seguir com melhorias nos acessos terrestres e atualizações legislativas para garantir competitividade e sustentabilidade do setor portuário nacional.
Reportagem, Deborah Souza.