Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Parlamentares defendem aprovação do novo marco do setor elétrico

Projeto em análise na Câmara permite que consumidores comuns escolham de quem comprar energia

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Após o início oficial dos trabalhos do Congresso Nacional em 2023, entre as propostas que devem ser objeto de debates está o novo marco do setor elétrico (PL 414/2021), aprovado no Senado e em tramitação na Câmara dos Deputados.  

O projeto permite que todos os consumidores de eletricidade possam escolher de quem comprar energia, algo que hoje só é possível aos grandes consumidores. O objetivo principal do projeto é expandir a possibilidade para o consumidor comum, independentemente de carga e tensão utilizada. O tema foi abordado durante o seminário RedIndústria, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O evento contou com a participação dos deputados José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, e Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) e do senador Eduardo Gomes (PL-TO).

Consumidor poderá escolher de quem comprar a energia elétrica, se o marco do setor elétrico for aprovado

Hoje, consumidores comuns e pequenas empresas integram o chamado mercado cativo, ou ambiente de contratação regulada (ACR), que têm acesso à energia por meio das distribuidoras. Assim, os cidadãos só podem comprar a energia da concessionária que atende à sua região, sujeitos às tarifas cobradas pela empresa. 

O PL 414 permite que esses usuários migrem para o mercado livre, restrito atualmente aos consumidores com carga igual ou superior a 500 quilowatts. Neste ambiente, as empresas podem escolher de quais fornecedores vão comprar a energia elétrica de acordo com as próprias necessidades. Para o deputado Arnaldo Jardim, a proposta representa a modernização do setor elétrico brasileiro. Ele afirma que é necessário caminhar para  um mercado livre.

“Ele, basicamente,  reconhece uma nova situação. O nosso processo de produção de energia eram grandes hidrelétricas, hoje ele mudou de natureza, porque ele tem hoje a presença da geração distribuída, eólica, solar.  Isso impõe a necessidade de repensar a organização, critérios de despacho. Isso impõe o passo que nós demos,  aprovamos o marco de geração distribuída. Está maduro, tem que aprovar o 414”, defende o parlamentar. 

O deputado José Guimarães defende a construção de um consenso para a aprovação da matéria na Câmara. “Eu acho importante que a gente construa um consenso porque tem determinadas matérias que, às vezes, não se discute muito o mérito, os parlamentares votam ou porque é demandado por um setor ou por outro, sem discutir o mérito. Esse é um projeto muito importante que pode ser construído um amplo consenso na Câmara. É a minha percepção”, afirma. 

Atualmente, o setor industrial é responsável por 35% do consumo energético do país. Além disso, 85,5% do consumo industrial do país vem do mercado livre, de acordo com a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel).
 

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