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Com a chegada do período de festas e confraternizações de final de ano, os encontros entre família e amigos geram maior exposição a Covid-19 e, dessa vez, a preocupação dos especialistas está focada também na nova variante Ômicron, que ainda pouco se sabe.
Em entrevista ao portal Brasil61.com, o pesquisador do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Raphael Guimarães, orienta sobre os cuidados que devemos ter nessa época para evitar a transmissão do vírus e suas variantes.
“Depois de tantos meses de pandemia vai ser difícil as pessoas se manterem reclusas nesse final de ano. Mas, o que a gente orienta é que elas podem, pelo menos, se cercar de cuidados de forma responsável. Então, se conseguirem fazer esses eventos principalmente com familiares, com pessoas do círculo mais íntimo, isso já diminui a chance de contaminação porque são menos pessoas e você tem controle sobre quem são. Você tem intimidade para perguntar se tomou a vacina ou não, se ela esteve doente, se ela está com algum sintoma”, destaca o pesquisador, que ressalta que eventos de grande porte ainda devem ser evitados, uma vez que o risco de transmissão é muito maior.
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Em dezembro de 2020, as autoridades de saúde recomendaram, diversas vezes, que as festas de final de ano fossem evitadas por conta do cenário pandêmico. Na época, as vacinas contra a Covid-19 ainda não haviam chegado ao Brasil, o que aumentava a preocupação dos especialistas. Mesmo assim, entre janeiro e fevereiro de 2021, houve um boom no número de casos e, consequentemente, óbitos por conta das aglomerações.
Agora, com mais de 140 milhões de brasileiros já vacinados com duas doses contra a Covid-19 e a dose de reforço disponível para todos que tomaram a segunda dose há mais de 5 meses, a sensação de segurança sanitária da população aumentou. Em alguns locais, o uso da máscara já não é mais obrigatório. Entretanto, essa melhoria no cenário não significa que os cuidados devem ser deixados de lado.
“As pessoas precisam ter em mente que a vacina protege especialmente contra as formas graves e fatais, mas ela não vai impedir que você entre em contato com alguém doente e fique contaminado pelo vírus. Às vezes você se contamina e não fica doente, mas você serve como um veículo de transmissão. O alívio da vacina não pode dar às pessoas a sensação de que elas não precisam fazer mais absolutamente nada e que agora já está tudo bem”, ressalta.
Para Raphael, o surgimento da variante Ômicron tem trazido muitas dúvidas em relação à cobertura da vacina. De acordo com o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, já são 19 casos confirmados no Brasil. Sendo 13 em São Paulo, dois no Distrito Federal, dois no Rio Grande do Sul e dois em Goiás.
“É possível que a gente caminhe para um horizonte em que a dose de reforço será para toda a população. É importante que as pessoas estejam atentas a isso. Vamos ficar alertas para saber se de fato vamos começar a ter a vacinação de reforço para todos e, assim que possível, todos tomem então a sua terceira dose”, pondera.
Nessa época do ano, os pequenos são os mais vulneráveis ao vírus, pois fazem parte do grupo que ainda não se vacinou. Na última quinta-feira (16), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o pedido da Pfizer para que sua vacina contra a Covid-19 possa ser aplicada em crianças de 5 a 11 anos. Porém, a chegada do imunizante aos postos depende do calendário e logística do Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.
Em novembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que esse grupo, por ser menos impactado pela Covid-19, têm menos urgência em ser vacinado, mas reconheceu que a imunização pode reduzir a transmissão do vírus para pessoas mais velhas e contribuir para a manutenção das atividades escolares presenciais.
Raphael reconhece que não é fácil para uma criança ficar o tempo todo de máscara, por exemplo, mas alerta que os pais precisam cuidar da saúde de seus filhos, enquanto aguardam a vacina. “As medidas de proteção individual que valem para o adulto valem para criança. Então, a criança pode e deve usar máscara, pode e deve higienizar suas mãos. Os pais têm que estar muito presentes nesse momento, né? Não é tarefa fácil. A criança por natureza não faz isso. Mas, se as pessoas estão se propondo a estar nesses eventos, é importante que elas assumam a responsabilidade sobre seus filhos”, argumenta.
A fim de sanar dúvidas sobre cuidados nas festividades, os pesquisadores do Observatório Covid-19 da Fiocruz criaram uma cartilha com recomendações sobre formas mais seguras de passar o Natal e o Réveillon, diminuindo os riscos de transmissão do vírus no período. Raphael Guimarães participou do projeto e respondeu algumas dúvidas do portal Brasil61.com.
Como posso receber minha família com segurança para o jantar de Natal?
“Bom, a primeira coisa é limitar o número de pessoas. Também é bom respeitar a distância de um metro e meio entre as pessoas e manter esse ambiente [onde será o jantar] arejado, ventilado, evitando o uso de ar condicionado. Com relação aos banheiros, é importante ter sabão [para as mãos] disponível e papel toalha para secar as mãos, nós recomendamos que não utilize toalha. É sempre bom a gente garantir que nesse espaço tenha o máximo possível de álcool gel. Além disso, devemos ter um cuidado adicional com aquelas pessoas que a gente já sabe que tem uma situação mais comprometedora, como os imunocomprometidos, os idosos, pessoas com morbidades crônicas.”
Vou passar o Réveillon com os amigos, como posso me proteger?
“Eu sei que é difícil, mas não recomendamos que jovens participem de festas que, na verdade, são eventos coletivos que você compra ingresso para ir. Nesses lugares é onde estão os principais focos, onde a gente vai ter problema, porque tem uma circulação intensa de pessoas, não tem como controlar. Podem exigir o passaporte vacinal, mas você não conhece aquelas pessoas, né? Se a pessoa se sente bem pra comemorar, que seja entre pessoas conhecidas, onde vão ter um pouco mais de controle. Agora, se as pessoas forem à rua, que elas procurem se proteger, pelo menos. Levem consigo o passaporte vacinal, sua máscara, seu álcool gel para poder usar durante o evento. E se for para um grande evento, procure incentivar o respeito aos protocolos. Tenham um pouco de bom senso ao chegar nesse lugar e percebam se é de fato um local que está oferecendo segurança ou não.”
Como posso viajar de forma segura nesse período?
“A primeira coisa é ter certeza do seu status vacinal e que as pessoas não esqueçam de levar seus passaportes [vacinal]. No aeroporto, por exemplo, eles estão exigindo para entrar em alguns voos e até mesmo em transportes por via terrestre. É sempre bom fazer algum tipo de teste para Covid-19 dois a três dias antes da viagem. Especialmente se você for viajar de avião e for um passeio internacional, é válido conferir essa exigência com a empresa aérea. Usar máscaras que não sejam só aquelas descartáveis é altamente recomendado. Usem a máscara PFF2 ou, pelo menos, com duas camadas de tecido porque protege mais, além de levar sempre uma máscara adicional. Procure não se alimentar onde estiver muita gente reunida. Se certifique de que o local para onde está indo, hotel, pousada, o que for, respeita as normas sanitárias, se realmente realizam os protocolos de higienização.”
Para mais orientações e dicas de cuidados, acesse a cartilha da Fiocruz.
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