Data de publicação: 09 de Julho de 2021, 04:00h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:34h
A vacina contra a Covid-19 pode provocar alterações em exames de mamografia e fazer com que mulheres apresentem linfonodos nas axilas. Para evitar preocupações e diagnósticos errados, a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) orienta que as mulheres esperem um mês após a vacinação para realizar o exame ou comuniquem o médico sobre a imunização.
Os linfonodos, também conhecidos como ínguas, caroços ou gânglios linfáticos, são pequenas glândulas em forma de 'feijão', que estão distribuídas por todo o corpo, e que ajudam o sistema imune a funcionar corretamente. Os gânglios logo desaparecem, mas estão levando a indicações desnecessárias de cirurgias e punções.
Segundo a Dra. Maira Caleffi, mastologista e presidente voluntária da Femama, a reação pode ser causada por qualquer injeção ou vacina, não apenas pelos imunizantes contra a Covid-19, e não há motivos para se preocupar, pois a aplicação das vacinas é segura. “Não há motivo de preocupação porque é um efeito colateral da vacina, principalmente no braço em que foi feita a aplicação”, afirmou.
A informação é confirmada pela Sociedade Brasileira de Mastologia, pela Comissão Nacional de Mamografia do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), que já divulgaram recomendações para conduta frente à linfonodopatia axilar em pacientes que receberam recentemente a vacina.
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A recomendação, de acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Dr. Vilmar Marques, é que a mulher que esteja em fase do rastreamento do câncer de mama, acima dos 40 anos de idade, faça a mamografia antes de tomar a vacina. Mas caso já tenha tomado, que ela espere pelo menos quatro semanas depois da segunda dose para realizar o exame mamográfico.
“Este período é o suficiente para que esse linfonodo reduza de tamanho e não apareça no exame. Desta forma não acarretará nenhum ônus para esta paciente na interpretação do seu exame”, ressaltou Marques.
56,8% dos imunizantes contra a Covid-19 no Brasil foram destinados a mulheres, tendo em vista que a proporção do sexo feminino é maior na faixa etária a partir dos 39 anos e chega a representar 68% dos brasileiros acima de 90 anos. As mulheres também são a maioria dos trabalhadores da saúde, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A Femama também esclareceu que as vacinas contra a Covid-19 não provocam câncer de mama nem facilitam a descoberta da doença, ao contrário do que dizem notícias falsas que circulam na internet.