Laboratório. Foto: Agência Brasil.
Laboratório. Foto: Agência Brasil.

Casos de infecções fúngicas invasivas podem estar relacionadas a Covid-19

A mais grave é a mucormicose, também conhecida como fungo negro. Segundo o Ministério da Saúde, até o momento, foram registrados 51 casos no país

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O diagnóstico de infecções fúngicas invasivas em pacientes com Covid-19, ou que estão se recuperando da doença, têm se multiplicado no Brasil. A mais grave é a mucormicose, também conhecida como fungo negro. Segundo o Ministério da Saúde, até o momento, foram registrados 51 casos no país. No entanto, os casos confirmados não têm relação comprovada, até o momento, com possíveis variantes do SARS-CoV 2. 

A infecção, considerada rara, é mais frequente em pessoas que possuem o sistema imunológico comprometido. A maioria dos pacientes apresentam alguma comorbidade, principalmente diabetes. Segundo a infectologista Ana Helena Germoglio, no caso dos pacientes com Covid-19, a infecção pode estar relacionada ao uso de corticoides, que favorecem o desenvolvimento da mucormicose.

Infecções fúngicas invasivas e Covid-19

Mucormicose: Popularmente como doença do fungo preto ou fungo negro, é uma doença infecciosa rara que pode ser encontrado naturalmente no ambiente.

Os sintomas de mucormicose são mais frequentes em pessoas que possuem o sistema imunológico mais comprometido, podendo ser notada dor de cabeça, febre, secreção nos olhos e no nariz vermelhidão no rosto e, nos casos mais graves em que o fungo atinge o cérebro, pode também haver convulsões e perda de consciência.

O tratamento envolve o controle da doença de base, que geralmente é alguma doença da imunossupressão, o uso de medicamento antifúngico para tratar a infecção e sempre que possível também um tratamento cirúrgico da lesão.

Aspergilose pulmonar: A aspergilose é uma infecção que pode surgir após respirar esporos de mofo, causando sintomas como febre, tosse e dificuldade para respirar.

O tratamento normalmente é iniciado com o uso de remédios antifúngicos que ajudam a eliminar o excesso de fungos do corpo, ajudando o sistema imune a controlar a infecção e aliviar os sintomas.

Candidíase: Infecção causada pelo crescimento excessivo do fungo Candida na região genital, que normalmente acontece devido ao enfraquecimento do sistema imunológico ou uso prolongado de remédios que podem alterar a microbiota genital, como antibióticos e antifúngicos, por exemplo.

Este tipo de infecção é mais frequente em mulheres, mas também pode surgir em homens, sendo seu tratamento feito com pomadas ou remédios que eliminam os fungos que estão provocando a doença, ajudando no alívio dos sintomas.

Fonte: Tua Saúde.

Entre os sintomas estão dor de cabeça, febre, secreção nos olhos e no nariz, vermelhidão no rosto e, nos casos mais graves em que o fungo atinge o cérebro, pode também haver convulsões e perda de consciência.

“Por se tratar de um fungo que vive no nosso ambiente a maior prevenção é se evitar a imunossupressão e para pacientes diabéticos que são esses mais acometidos, manter a glicemia rigidamente sob controle”, destacou a infectologista.

O fungo pode ser encontrado naturalmente no ambiente, principalmente em vegetação, solo, frutos e em produtos em decomposição, podendo levar ao aparecimento de sintomas após esporos desse fungo serem inalados.

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Os casos de mucormicose foram registrados no Amazonas (01), Bahia (01), Goiás (03), Ceará (01), Mato Grosso do Sul (02), Pará (01), Pernambuco (01), Rio de Janeiro (01), Rio Grande do Norte (01), Rio Grande do Sul (02), Santa Catarina (02) e São Paulo (03).

Na maioria dos casos da doença, segundo a infectologista, o tratamento envolve o controle da enfermidade de base, que geralmente é alguma doença da imunossupressão, o uso de medicamento antifúngico para tratar a infecção e sempre que possível também um tratamento cirúrgico da lesão. 

Aspergilose pulmonar e candidíase

Além da mucormicose há também outras infecções fúngicas que vem se apresentando associadas aos pacientes com Covid-19 como a aspergilose pulmonar e a candidíase.  Os pacientes que desenvolvem a forma grave do coronavírus são considerados de alto risco para desenvolver essas infecções fúngicas invasivas, pois normalmente são pacientes que já tem alguma comorbidade que levam à imunossupressão, além de demandarem alto tempo de internação e uso frequente de antibióticos e dispositivos invasivos. 

“Esses procedimentos geram um ambiente favorável de imunossupressão, que é a queda da imunidade, que faz com que alguma dessas espécies de fungo possa causar infecção invasiva nos pacientes”, afirmou Germoglio.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma Nota Técnica com orientações para vigilância, identificação, prevenção e controle de infecções fúngicas invasivas em pacientes internados com Covid-19. O documento ressalta a importância da vigilância e do diagnóstico de contaminação simultânea, permitindo o tratamento precoce e, consequentemente, prevenindo o agravamento do quadro clínico ou a morte do paciente.   

Embora as infecções possam ocorrer em pessoas sem diagnóstico de Covid-19, o infectologista Julival Ribeiro avalia como essencial o monitoramento de pacientes infectados pelo vírus. “Acho que é muito importante, apesar dessas doenças serem conhecidas, alertar nesse momento difícil que nós estamos vivendo, que realmente essas duas patologias podem acometer também pacientes com Covid”, disse.

Em nota, o Ministério da Saúde ressaltou que a mucormicose não é uma doença de notificação compulsória e que os casos podem ser confirmados por exames laboratoriais. A pasta afirmou também que monitora todos os casos para disponibilização do tratamento necessário.

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