LOC.: A inflação e a crise econômica estão levando os brasileiros a trocarem refeições completas no período de almoço fora de casa por salgados, como coxinhas, esfihas e salgados de pacote. É o que mostra uma pesquisa realizada pela empresa de dados e consultoria Kantar. O estudo entrevistou quatro mil pessoas em todas as regiões do país.
O presidente da Fundação da Liberdade Econômica, Márcio Coimbra, explica que a crise econômica causada pela pandemia da Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia também são fatores que contribuem para mudanças nos hábitos alimentares dos brasileiros, pois esses fatos também acarretam aumento no preço das commodities no mundo todo.
TÉC./SONORA: Márcio Coimbra, presidente da Fundação da Liberdade Econômica.
“Eles [ os preços dos alimentos] devem continuar aumentando se o governo não encontrar saídas para a economia andar em equilíbrio, mesmo retirando essas desonerações [...]. Então, nesse caso, o governo vai ter que enfrentar esse período de inflação e o povo brasileiro, provavelmente, vai ver um aumento dos preços dos alimentos.”
LOC.: De acordo com a pesquisa, as classes D e E foram as principais responsáveis pelo aumento geral do índice, sendo as que mais tiveram hábitos alimentares não saudáveis em refeições feitas fora de casa, entre 2019 e 2022, com 37,5%.
Márcio Coimbra ressalta, ainda, que esse movimento de troca nas alimentações fora de casa feita por parte dos brasileiros é prejudicial ao comércio, que perde clientes. Segundo ele, esse cenário pode ocasionar desemprego por conta da desaceleração da economia, e, posteriormente, será ruim também para o setor de saúde, por conta dos hábitos alimentares não saudáveis que podem trazer prejuízos à saúde da população.
TÉC./SONORA: Márcio Coimbra, presidente da Fundação da Liberdade Econômica.
“Então é ruim para o comércio, é ruim para o país e é ruim, inclusive, para o sistema de saúde no médio e longo prazo. É uma realidade. Isso já chegou às grandes capitais e é uma realidade que, infelizmente, tende a se manter pelo menos nos próximos meses.”
LOC.: Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15, o IPCA - 15, de janeiro a fevereiro deste ano, a inflação no setor de alimentos e bebidas deu uma desacelerada, ao passar de 11,50% do acumulado de 12 meses para 10,61%. No entanto, a inflação de alimentos e bebidas está acima de 10% desde março de 2022.
Reportagem, Ana Luísa Santos