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Os moradores das comunidades quilombolas do Brasil já estão sendo vacinados contra a Covid-19. De acordo com informações do vacinômetro do Ministério da Saúde, 44,8% da população quilombola recebeu a primeira dose (D1) e 6,4% recebeu a segunda dose (D2). A meta do ministério é vacinar 1.143.973 quilombolas acima dos 18 anos. Ainda segundo a pasta, a estimativa populacional foi levantada com base nos dados do Censo do IBGE do ano de 2010, e teve como referência as áreas mapeadas no ano de 2020. O Nordeste foi a região do país que mais vacinou quilombolas, seguido da região Sudeste, Norte Centro-Oeste e o Sul.
Assim como os povos indígenas e comunidades ribeirinhas, os quilombolas foram incluídos como grupo prioritário no Plano Nacional de Imunização, pois são altamente vulneráveis à Covid-19.
A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato, explica que as doenças tendem a se espalhar rapidamente entre essas populações devido ao modo de vida coletivo. “As comunidades quilombolas são populações que vivem em situação de vulnerabilidade social. Elas têm um modo de vida coletivo, os territórios habitacionais podem ser de difícil acesso e muitas vezes existe a necessidade de percorrer longas distâncias para acessar os cuidados de saúde. Com isso, essa população se torna mais vulnerável à doença, podendo evoluir para complicações e óbito”, destacou.
A vacina contra a Covid-19 chegou como um raio de esperança para a professora Bruna Picanço Neves, de 29 anos, moradora da comunidade quilombola de Conceição do Macacoari, em Macapá, no Amapá. Bruna conheceu de perto a dor de perder familiares e amigos para a doença. Ela conta que agora se sente aliviada por ter dado o primeiro passo para a imunização. “Todos da minha família pegaram a Covid-19. Tivemos a perda de um irmão e primos de dentro da nossa comunidade. Sabemos que a saúde pública no nosso estado não é boa. Já tomamos a 1ª dose e agora, final de junho, tomaremos a 2ª. Completando o ciclo de imunização”, disse.
A lavradora Reinalda Pereira Magalhães, de 38 anos, também perdeu um ente querido para a Covid-19. Nina, como é conhecida carinhosamente no Quilombo Pau D’Arco e Parateca, em Malhada, na Bahia, conta que o seu irmão caçula faleceu dias antes de a vacina chegar na sua comunidade. “A vacina chegou na semana que ele adoeceu. Não sei se ele tinha algum problema de saúde, mas ele foi entubado e ficou no hospital por doze dias. Não é fácil perder um ente querido. Era meu irmão caçula, tinha 34 anos”, desabafou.
Nina recebeu a primeira dose da vacina e agora aguarda a dose de reforço do imunizante. Ela já tem planos para quando a pandemia passar. “Quilombola gosta de festa. Vou fazer uma festa em agradecimento. Temos que agradecer a Deus pois conseguimos atravessar essa guerra. Vai ser um momento de muita festa e alegria”, afirmou.
Desde o começo da pandemia do novo coronavírus no Brasil, mais de 502 mil vidas foram perdidas para a doença, de acordo com o Ministério da Saúde. Entre os quilombolas, foram contabilizados 5.399 casos e 279 óbitos. Outros 1.487 casos estão em monitoramento. As informações constam no último boletim epidemiológico divulgado pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que o governo federal tem oferecido aos estados e municípios o suporte necessário para o enfrentamento da pandemia. “Nos comunicamos melhor com a nossa sociedade brasileira passando sempre uma mensagem calcada no melhor da evidência científica, discutir os rumos da nossa campanha de vacinação, oferecer subsídios técnicos a estados e municípios e apoiá-los no encaminhamento das ações que são planejadas no âmbito do ministério. E temos feito um esforço extraordinário para ter doses da vacina à disposição da população brasileira, além de orientar acerca das medidas não farmacológicas”, afirmou o ministro.
A vacina é uma das principais formas de prevenir o coronavírus e diminuir a quantidade de pessoas com sintomas, casos graves e óbitos pela doença. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) está utilizando quatro tipos de imunizantes contra a Covid-19.
Todas as vacinas passaram pela avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e comprovaram a sua eficácia contra a doença. Segundo a coordenadora, Francieli Fantinato, o Ministério da Saúde já repassou para os estados todas as doses destinadas à população quilombola. “Para esse público já foi enviado 100% das doses. Em caso de os denominadores terem alguma margem de imprecisão, os estados podem levantar esses números e encaminhar ao Ministério da Saúde, que esses quantitativos serão atendidos”, afirmou.
Membros quilombolas que ainda não se imunizaram devem procurar as unidades básicas de saúde de seu município para realizar cadastro e tomar a vacina. A diretora executiva da Federação das Organizações Quilombolas de Santarém no Pará, Mariane Coelho, destaca que uma pessoa não vacinada pode colocar em risco a vida de todo o território quilombola. Ela faz um apelo para que todos os quilombolas se vacinem.
“Convido todos os quilombolas a se imunizarem, é uma proteção. A vacina protege a vida e o território, nos deixa mais fortes. Eu, inclusive, já fui vacinada. Sinto meu quilombo mais protegido. Você que ainda não conseguiu vacinar, se imunize por proteção a vida, a sua saúde e de sua família e por proteção do território também, porque a nossa vida é a garantia do nosso território vivo”, pediu.
Fique atento aos sintomas da Covid-19. Se você sentir febre, cansaço, dor de cabeça ou perda de olfato e paladar procure atendimento médico imediato. A recomendação do Ministério da Saúde é que a procura por ajuda médica deve ser feita imediatamente ao apresentar os sintomas, mesmo que de forma leve. Após a vacinação, continue seguindo os protocolos de segurança. Entre eles, use máscara de pano, lave as mãos com frequência com água e sabão ou álcool 70%; mantenha os ambientes limpos e ventiladores e evite aglomerações.
A transmissão do novo coronavírus acontece de uma pessoa doente para outra por meio de contato próximo, através de aperto de mão, gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro e de objetos ou superfícies contaminadas, como celulares, mesas, talheres, maçanetas, brinquedos e teclados de computador.
Até o fechamento desta reportagem, 586.829 doses foram aplicadas nos quilombolas maiores de 18 anos. Desse número, 511.826 foram aplicadas como primeira dose (D1) e 73.003 como dose reforço (D2), de acordo com o Ministério da Saúde. Fique atento ao calendário de imunização do seu município. Para saber mais sobre a campanha de vacinação em todo o país, acesse gov.br/saude.
Quilombolas que vivem em comunidades quilombolas, que ainda não tomaram a vacina, devem procurar a unidade básica de saúde do seu município. Para mais informações, basta acessar os canais online disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Acesse o portal gov.br/saude ou baixe o aplicativo Coronavírus – SUS. Pelo site ou app, é possível falar com um profissional de saúde e tirar todas as dúvidas sobre a pandemia.
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