Concessão visa melhorar a logística de transporte aquaviário, com redução de emissões de gases de efeito estufa e maior eficiência no escoamento da produção da região. Foto: Divulgação Antaq
Concessão visa melhorar a logística de transporte aquaviário, com redução de emissões de gases de efeito estufa e maior eficiência no escoamento da produção da região. Foto: Divulgação Antaq

Hidrovia do Rio Paraguai: concessão garantirá segurança à navegação, com redução de riscos ambientais

A informação é do secretário Nacional de Hidrovias e Navegação do Ministério de Portos e Aeroportos. Em fase de consulta pública, projeto de concessão de 600 km vai otimizar transporte e evitar assoreamento. Volume de cargas transportadas pela hidrovia poderá atingir entre 25 e 30 milhões de toneladas em 2030, estima ministério


O projeto de concessão de um trecho de 600 km da Hidrovia do Rio Paraguai, entre Corumbá (MS) e a Foz do Rio Apa – a primeira iniciativa do tipo no Brasil –, prevê a dragagem de manutenção para evitar o assoreamento e garantir a segurança da navegação, reduzindo riscos ambientais. A informação é do secretário Nacional de Hidrovias e Navegação do Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR), Dino Antunes

Segundo Antunes, a dragagem será pontual e ajudará a manter o curso natural do rio. “É natural, de todos os rios, que a água vá carregando areia, carregando sedimentos. A gente avalia o canal de navegação e vê se algum desses pontos de assoreamento está sendo formado. A gente tem levantado, na pior das hipóteses, 33 pontos, nesses 600 quilômetros onde, em geral, há necessidade de algum tipo de desassoreamento. A gente simplesmente tira a areia daquele ponto e coloca em outro lugar dentro do mesmo rio”, explicou.

O processo de dragagem é essencial para evitar o encalhamento de embarcações e garantir a fluidez do transporte. “Estamos falando em retirar esses pontos de areia que vão sendo formados durante o ano. Então, nesse sentido, a gente também traz mais segurança para a própria questão ambiental, porque a gente evita, dessa maneira, qualquer tipo de incidente ou acidente na navegação”, acrescentou o secretário.

Concessão da Hidrovia do Rio Paraguai: Foco no Tramo Sul

O Rio Paraguai tem dois segmentos de navegação: o Tramo Sul, entre Corumbá (MS) e a Foz do Rio Apa, e o Tramo Norte, entre Corumbá e Cáceres (MT). A concessão será apenas para o Tramo Sul, onde há maior volume de cargas e menor impacto ambiental.

A carga principal está em Corumbá e segue para o sul. "Em termos logísticos, não faz muito sentido a gente falar em navegação no Tramo Norte. Porque a carga que estaria mais ao norte, e que em tese navegaria pelo Tramo Norte, já é naturalmente atraída pelas soluções do que a gente chama de Arco Norte. Essa navegação que nos interessa aqui, que é a navegação de maior porte, interessa realmente no Tramo Sul”, pontuou Antunes.

Mesmo assim, segundo o secretário, a ideia é que também haja um monitoramento do Tramo Norte para garantir a segurança ambiental da área. “Sabemos dessa sensibilidade ambiental do Tramo Norte. Então, a nossa proposta foi trazer para o Tramo Norte um processo de monitoramento ambiental que hoje ainda não existe. Apesar do nosso futuro concessionário ser responsável só por melhorar a navegação do Tramo Sul, a gente está propondo que esse mesmo concessionário faça ações de monitoramento ambiental também no Tramo Norte”, reforçou.

Concessão da Hidrovia do Rio Paraguai: Audiência pública

A concessão da hidrovia está em fase de consulta pública. A segunda audiência pública sobre o projeto será em 10 de abril, em Corumbá (MS). O evento permitirá que a sociedade local contribua com sugestões para o aprimoramento dos documentos, assim como a modelagem sugerida para a concessão da hidrovia. Segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), os interessados em se manifestar durante a audiência deverão se inscrever presencialmente no local do evento. O endereço será informado em breve, ainda de acordo com a agência. As inscrições começam uma hora antes do início da sessão.

Lançado edital para construção do túnel Santos-Guarujá; Investimento previsto chega a R$ 6 bi

Portos brasileiros têm movimentação recorde em 2024: 1,32 bilhão de toneladas

Essa é a primeira concessão de uma hidrovia no Brasil debatida com a sociedade. O objetivo é melhorar a logística e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. “Não estamos fazendo esse projeto para o governo. Estamos fazendo para aqueles que transportam, os armadores, os embarcadores. A população ribeirinha também vai se beneficiar com a concessão e não vai pagar nada por isso. Ela [a concessão] vai ser fundamental para viabilizar não só o transporte de minério de ferro, mas também o transporte de granel sólido agrícola da região, principalmente mais ao sul do Mato Grosso do Sul”, destacou Antunes.

Concessão da Hidrovia do Rio Paraguai: Investimentos e tarifas

O contrato de concessão terá duração de 15 anos, com possibilidade de prorrogação por mais 15. Nos primeiros anos, devem ser investidos R$ 63,8 milhões. A tarifa prevista é de até R$ 1,27 por tonelada de carga, podendo ser reduzida no leilão.

O transporte de passageiros e pequenas cargas será gratuito. A cobrança para cargas comerciais só ocorrerá após a entrega das melhorias previstas na primeira fase do contrato.

Concessão da Hidrovia do Rio Paraguai: Expectativa de crescimento

Com a concessão, a movimentação de cargas na hidrovia pode atingir 30 milhões de toneladas até 2030. Em 2024, o volume transportado foi de 7,95 milhões de toneladas, um aumento de 72,57% em relação a 2022.

Em 2023, as hidrovias brasileiras movimentaram mais de 157 milhões de toneladas de carga, representando cerca de 10% do transporte aquaviário nacional.

Receba nossos conteúdos em primeira mão.

LOC.: A segunda audiência pública presencial para debater o aprimoramento dos documentos, assim como a modelagem sugerida para a concessão da Hidrovia do Rio Paraguai teve a data alterada.  

Agora, a sessão será realizada no dia DEZ de abril, em Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Anteriormente, a data prevista era DEZESSETE do mesmo mês. Segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários, a ANTAQ, os interessados em se manifestar durante a audiência deverão se inscrever presencialmente no local do evento. O endereço será informado em breve, ainda de acordo com a agência. As inscrições começam uma hora antes do início da sessão.

Em meio aos debates sobre o assunto, houve questionamentos sobre um possível processo de dragagem de aprofundamento no rio. O secretário Nacional de Hidrovias e Navegação do Ministério de Portos e Aeroportos, Dino Antunes, informou que o projeto de concessão prevê apenas o chamado desassoreamento, que é a dragagem de manutenção. 

O secretário explica mais:

TEC./SONORA: Dino Antunes, secretário Nacional de Hidrovias e Navegação

“É natural, de todos os rios, que a água vá carregando areia, carregando sedimentos.  A gente avalia o canal de navegação e vê se algum desses pontos de assoreamento está sendo formado. A gente tem levantado, na pior das hipóteses, 33 pontos, nesses 600 quilômetros, onde, em geral, há necessidade de algum tipo de desassoreamento. A gente simplesmente tira a areia daquele ponto e coloca em outro lugar dentro do mesmo rio.”


LOC.: De acordo com o ministério, o Rio Paraguai conta com dois segmentos diferentes do ponto de vista da navegação. Um deles é o Tramo Sul, que vai da Foz do Rio Apa até Corumbá. O outro é conhecido como Tramo Norte, que fica entre Corumbá e Cáceres, no Mato Grosso.  

Dino Antunes explicou que a concessão será apenas para o Tramo Sul, onde há maior volume de cargas.   

TEC./SONORA: Dino Antunes, secretário Nacional de Hidrovias e Navegação

“Ocorre que a grande carga que nos interessa hoje está em Corumbá. Então, o que interessa é navegar de Corumbá para o sul. Em termos logísticos, não faz muito sentido a gente falar em navegação no Tramo Norte. Porque a carga que estaria mais ao norte, e que em tese navegaria pelo Tramo Norte, já é naturalmente atraída pelas soluções do que a gente chama de Arco Norte. Essa navegação que nos interessa aqui, que é a navegação de maior porte, interessa realmente no Tramo Sul.”


LOC.: Mesmo assim, segundo Antunes, a ideia é que também haja um monitoramento do Tramo Norte para garantir a segurança ambiental da área.

A extensão total do projeto de concessão da Hidrovia do Rio Paraguai é de SEISCENTOS quilômetros. A estimativa é de que, nos primeiros anos, o investimento seja superior a SESSENTA E TRÊS MILHÕES DE REAIS. O prazo contratual da concessão é de QUINZE anos, com possibilidade de prorrogação por igual período.

Após a concessão, o volume de cargas transportadas pelo Rio Paraguai poderá atingir entre VINTE E CINCO E TRINTA MILHÕES de toneladas em DOIS MIL E TRINTA. No ano passado, a hidrovia transportou QUASE OITO milhões de toneladas de cargas.

Reportagem, Marquezan Araújo