LOC.: A “mordida” no bolso do consumidor de energia elétrica em Goiás vai ser 50% mais forte e o reajuste vai vigorar até abril do próximo ano. É que a Aneel criou uma nova bandeira tarifária, a de escassez hídrica, devido aos baixos níveis de água nos reservatórios responsáveis pela geração de energia elétrica no País.
O aumento no valor da conta de luz vai impactar de forma negativa os índices de inflação anual no Brasil, o IPCA, que eram estimados entre 3,75% e 5,25% no início do ano. No entanto, o Banco Central já vislumbra uma taxa de inflação de 7,11% ao final do período e o cenário de alta no custo de vida pode impulsionar a instituição a elevar ainda mais a taxa básica de juros, a Selic, este ano.
Entretanto, a metodologia de aumentar a Selic só vai contribuir para conter a inflação se a causa for diretamente ligada ao alto consumo da população, e essa não é a realidade atual, como explica Luiz Carlos Ongaratto, especialista em Economia e Administração.
TEC./SONORA: Luiz Carlos Ongaratto, especialista em Economia e Administração
“Quando você dá um ‘remédio’, que seria o aumento da taxa de juros, para uma inflação que não tem origem no consumo, ela tem origem na oferta, você gera desaquecimento da economia. O crédito e os produtos ficam mais caros e você desestimula da economia”.
LOC.: O aumento nas taxas de juros para conter a inflação pode sacrificar a produção industrial dos estados e comprometer a capacidade do setor produtivo de realizar investimentos, já que a Selic também influencia nos valores dos créditos e contribui para a falta de insumos e matérias-primas nas indústrias. O combo da política de contenção da inflação desestimula a atividade econômica, como explica o deputado federal Elias Vaz, do PSB goiano.
TEC./SONORA: Elias Vaz, deputado federal – PSB/GO
“Isso é um elemento que amplia a questão do desemprego, amplia o caráter recessivo e traz danos profundos para a economia”.
LOC.: Este ano, a Selic teve quatro reajustes e já acumula alta de 3,25% a.a., saindo de 2% a.a. em janeiro para 5,25% a.a. em agosto. O BC manteve o reajuste em 0,75% nos três primeiros movimentos do ano, em março, maio e junho, mas elevou a taxa em 1%, este mês.
Reportagem, Cristiano Ghorgomillos