Foto: Agência Brasil
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Dia da Educação Profissional: “O ensino profissionalizante transforma vidas. Sou prova disso”, afirma o senador Paulo Paim

Em entrevista ao portal Brasil 61.com, o parlamentar comemorou a aprovação da data e sua importância para promover o ensino profissionalizante pelo País

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Em entrevista ao portal Brasil61.com na última quinta-feira (22), o senador Paulo Paim (PT/RS) comemorou a aprovação e sanção do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 62/2015 que cria o Dia Nacional da Educação Profissional. A partir desse ano, a data passa a ser celebrada em 23 de setembro.
 
Um dos objetivos do Dia Nacional da Educação Profissional será promover discussões sobre os desafios e potencialidades dessa modalidade de educação, fundamental para o desenvolvimento da economia, da empregabilidade e da melhoria da qualidade de vida dos brasileiros, segundo a autora da proposta, a deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM/TO). 
 
Paulo Paim afirmou que a mera existência de uma data para celebrar e fortalecer as ações e projeções do ensino profissionalizante no País favorece as políticas públicas para o setor, capacita os profissionais da área e promove a inserção dos jovens no mercado de trabalho. 
 
“Precisamos investir nos nossos jovens e a educação profissional tem esse segurado papel. O reconhecimento da educação profissional, além de promover e incentivar os profissionais, aquece cada vez mais a economia e incentiva as contratações nas empresas da nossa juventude”, destacou. 

Arte: Brasil 61

Experiência própria

O senador lembrou que é “fruto” da educação profissional e tem orgulho do segmento. Ele estudou na Escola Senai Nilo Peçanha, em Caxias do Sul (RS).  “Lá me formei e a minha vida mudou. O ensino profissionalizante transforma vidas, como a minha. Um jovem que amassava barro e depois vendia frutas e flores, mas com o curso profissionalizante no Senai tornei-me, no caminhar da vida, deputado federal por quatro vezes e senador da República, no terceiro mandato”, recordou.

As estatísticas indicam que o País ainda tem muito a avançar no fomento à educação profissional. De acordo com a versão 2020 do Anuário Brasileiro da Educação Básica, do movimento Todos pela Educação, o Rio Grande do Sul, por exemplo, tem 25,4% dos alunos matriculados no ensino médio cursando, também, o ensino profissionalizante. 

O índice é o segundo melhor do País, ficando atrás, apenas, do Rio Grande do Norte (25,6%). Apesar disso, ainda está longe dos índices dos países membros da OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que chegam a quase 50%. 

Atualmente, o Brasil tem 1,9 milhão de alunos matriculados na Educação Profissional. Entre 2009 e 2019, o percentual de estudantes matriculados no ensino médio e que fazem cursos profissionalizantes passou de 11,6% para 18,7%. 

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Emprego

Doutor em Psicologia Educacional e pesquisador do Instituto Experto Brasil, Afonso Galvão, afirma que a educação profissional é fundamental para inserir mais pessoas no mercado de trabalho, além de suprir a falta de mão de obra qualificada em diversos setores da economia.
 
“A educação profissional é muito importante porque é uma educação que é geradora de emprego. As pessoas saem da educação profissional qualificadas e encontram espaço no mercado de trabalho para aplicar seus conhecimentos”, destaca o especialista. 
 
Jovens com formação técnica de nível médio têm mais facilidade para entrar no mercado de trabalho do que aqueles formados no ensino médio regular para todas as faixas etárias analisadas, segundo pesquisa da Consultoria IDados, que contou com apoio da CNC, Sesc e Senac.
 
De acordo com o levantamento, entre 17 e 29 anos, por exemplo, os estudantes que tiveram educação profissional passaram, em média, 20,6% do tempo desocupados. Para quem fez o ensino médio regular, esse percentual sobe para 25,2%. 

Para João Marcelo Borges, pesquisador do Centro de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais, da Fundação Getulio Vargas, é preciso romper com a ideia de que o ensino técnico é menos importante do que o ensino superior. 
 
“Muito disso está ligado ao nosso passado escravocrata, de um País voltado ao bacharelado, que se importa mais com títulos do que com competências, que valoriza mais o canudo e o diploma do que a capacidade efetiva de trabalho e de abordar para produtividade das firmas, organizações e do País como um todo”, critica. 

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