LOC.: A Confederação Nacional da Indústria, a CNI, acompanha o otimismo com a economia brasileira e mais que dobra a previsão de crescimento do PIB em relação ao último levantamento. Se em julho a entidade previa crescimento de 1,4 % para a atividade econômica no país, no Informe Conjuntural do 3º trimestre, publicado nesta terça-feira (11), essa expectativa passou para 3,1%.
Para a CNI, são cinco os fatores que justificam essa revisão positiva: melhora no mercado de trabalho, aumento do crédito, maior impulsionamento fiscal com mais gastos dos setores públicos, crescimento das exportações e normalização do fornecimento de insumos. O gerente executivo de economia da CNI, Mário Sérgio Telles, explica como isso muda o cenário.
TEC./SONORA: Mário Sérgio Telles, gerente executivo de economia da CNI
“Todos esses componentes se traduzem num aumento da massa salarial real da população, que é o que as pessoas têm de dinheiro, né, no total, para fazer as compras. Isso aumenta o consumo.”
LOC.: Desta forma, a expectativa da entidade para a taxa de desemprego média no ano caiu de 10,8% para 9,3%, e a expectativa de crescimento da massa salarial real passou de 1,6% para 5,1%. Para as exportações, a CNI calcula um superávit da balança comercial de 51 bilhões e trezentos milhões de dólares para 2022.
O otimismo também atinge o próprio setor industrial, impulsionado por dois ramos específicos: o da indústria de transformação e o da construção civil. No primeiro, houve uma inversão da expectativa, que em julho era de queda de 1,5% e agora passou para um crescimento de 0,6%. No setor da construção civil, o cenário é ainda mais animador: de alta de 2% em julho, passou para 7% no relatório atual.
TEC./SONORA: Mário Sérgio Telles, gerente executivo de economia da CNI
“Aumento da projeção de crescimento da indústria de transformação e aumento da projeção de crescimento da construção civil é o que explica esse movimento na projeção de crescimento da indústria como um todo."
LOC.: O Informe Conjuntural revisou também a inflação para 2022, prevendo que o índice termine o ano a uma taxa de 5,9%. Queda essa influenciada tanto pela desoneração tributária de serviços e produtos como energia, combustíveis e telefonia, quanto pelo arrefecimento na alta dos preços dos insumos industriais e de alimentos.
Reportagem, Álvaro Couto.