
LOC.: O mercado de trabalho no Brasil segue mostrando força e surpreendendo positivamente. Só nos últimos três meses, mais de um milhão de vagas foram criadas, considerando trabalhadores com carteira assinada, autônomos e pessoas jurídicas.
De janeiro a maio deste ano, o país somou pouco mais de um milhão de novos empregos formais. Ao todo, o número de trabalhadores com carteira já passa dos quarenta e oito milhões, o maior patamar da série histórica.
O economista André Galhardo, da consultoria Análise Econômica de São Paulo, explica que o crescimento do emprego está sustentado por um movimento cíclico e positivo da economia.
TEC/SONORA: André Galhardo, economista-chefe Análise Econômica
“O que tem sustentado esse movimento forte no mercado de trabalho é uma espécie de ciclo virtuoso. É o mercado de trabalho forte que aumenta a renda das famílias, que por sua vez traz um volume de consumo mais forte, que abre espaço para que os empresários contratem mais.”
LOC.: Galhardo também destaca que a própria dinâmica de contratações vem alimentando esse crescimento. A seguir, ele reforça como isso impacta o ambiente de consumo.
TEC/SONORA: André Galhardo, economista-chefe Análise Econômica
“É como se o próprio mercado de trabalho estivesse sustentando a melhora do mercado de trabalho. A renda das famílias tem subido – de forma tímida, dentro do trabalho CLT, é verdade –, mas isso melhora o ambiente de consumo, que por sua vez acaba permitindo novas contratações.”
LOC.: E quem está puxando esse bom desempenho são os setores de serviços e comércio. Só em maio, eles foram responsáveis por setenta por cento das vagas formais abertas. Desde o início do ano, o setor de serviços criou mais de quinhentas e sessenta mil vagas, enquanto o comércio abriu cerca de cinquenta e seis mil postos de trabalho com carteira assinada.
A taxa de desemprego também está em baixa. No fim de maio, ela era de seis vírgula dois por cento, uma das menores já registradas no país. E além do aumento no emprego, os salários também cresceram acima da inflação: a renda real do trabalhador subiu mais de três por cento em relação ao mesmo período do ano passado.
Apesar do cenário positivo, o economista André Galhardo alerta que o segundo semestre pode trazer uma desaceleração, devido à perda de fôlego da economia e aos impactos da política de juros altos. Mesmo assim, por enquanto, os sinais seguem otimistas para o mercado de trabalho brasileiro.
Reportagem, Livia Braz