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A vacinação contra a Covid-19 chegou para os povos tradicionais quilombolas da microrregião da Baixada Maranhense, localizada no Norte do estado. A região é formada pelos municípios Pinheiro, Viana, São Bento, Santa Helena, Penalva, Monção, Anajatuba, Pedro do Rosário e Matinha que, ao lado de outras 10 cidades, concentram cerca de 50 mil pessoas autodeclaradas descendentes e remanescentes de escravizados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Francieli Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde explica a importância da vacina nos grupos prioritários. “As comunidades quilombolas são populações que vivem em situação de vulnerabilidade social. Elas têm um modo de vida coletivo, os territórios habitacionais podem ser de difícil acesso e muitas vezes existe a necessidade de percorrer longas distâncias para acessar os cuidados de saúde. Com isso, essa população se torna mais vulnerável à doença, podendo evoluir para complicações e óbito.”
Os quilombos de Viana estão divididos em 35 comunidades. Rosenilde Silva Melonio, de 41 anos, é integrante do quilombo Canarana, localizado na zona rural do município. A pedagoga, que está entre as lideranças quilombolas da região, conta que ficou emocionada ao tomar a primeira dose da vacina, mas lamenta pelas pessoas que ainda resistem à imunização.
“Infelizmente, não só na área de Viana, mas em outros municípios, já presenciei pessoas com medo de vacinar. Temos incentivado para que as pessoas tomem essa vacina. Esse vírus não tem escolha de credo, cor, rico nem pobre”, relata.
O município, que serve como modelo para a região, seguiu o Plano Nacional de Vacinação. Segundo Cheila Farias, coordenadora da Força Estadual de Saúde do Maranhão (FESMA), a imunização desse público prioritário começou no dia 30 de março, em um dia D, situação em que foram vacinados 1.170 quilombolas de 11 comunidades. A segunda dose começará a ser aplicada no município dia 22 de junho.
“Os agentes estão indo às áreas de difícil acesso para levar a vacinação prioritária. Tanto na população de Viana quanto na população da baixada e demais municípios, as pessoas que ainda não foram vacinadas devem procurar as unidades básicas de saúde mais próximas. A gente tem que ter medo do vírus. Esse sim nos causa um dano muito maior”, considera.
Quadro Vacinação
Pinheiro – 1ª dose (2.390) - 2ª dose (28)
População Quilombola (3.882)
Viana – 1ª dose (3.723) - 2ª dose (389)
População Quilombola (8.468)
São Bento – 1ª dose (1104) - 2ª dose (626)
População Quilombola (1.453)
Santa Helena – 1ª dose (1259) - 2ª dose (1)
População Quilombola (2.801)
Penalva – 1ª dose (1.787) - 2ª dose (0)
População Quilombola (2.114)
Monção – 1ª dose (1.140) - 2ª dose (32)
População Quilombola (2.183)
Vitória do Mearim – 1ª dose (1942) - 2ª dose (4)
População Quilombola (2.863)
Arari – não informado
Anajatuba – 1ª dose (3.520) - 2ª dose (91)
População Quilombola (2.863)
Pedro do Rosário – 1ª dose (1.925) - 2ª dose (471)
População Quilombola (2.420)
Matinha – 1ª dose (2.570) - 2ª dose (212)
População Quilombola (3.859)
São Vicente Ferrer – 1ª dose (3.502) - 2ª dose (23)
População Quilombola (4.103)
São João Batista – 1ª dose (2.359) - 2ª dose (68)
População Quilombola (3.542)
Palmeirândia – 1ª dose (573) - 2ª dose (60)
População Quilombola (3.542)
Cajari – 1ª dose (4.013) - 2ª dose (229)
População Quilombola (3.542)
Presidente Sarney - 1ª dose (1.121) - 2ª dose (230)
População Quilombola (3.542)
Conceição do Lago-Açu - não informado
Olinda Nova do Maranhão – 1ª dose (1.215) - 2ª dose (3)
População Quilombola (1.355)
Peri Mirim – 1ª dose (568) - 2ª dose (0)
População Quilombola (748)
Igarapé do Meio – não informado
Bela Vista do Maranhão – não informado
Fonte: Ministério da Saúde/IBGE
No Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, divulgado em 16 de dezembro de 2020, grupos socialmente vulneráveis foram incluídos como prioridade no calendário de imunização. Entre eles, a população quilombola que vive em comunidades tradicionais e que, segundo o último levantamento realizado pelo IBGE, em 2019, representa mais de 1,3 milhão de brasileiros. Essa prioridade se faz necessária diante da falta de acesso desse público à saúde, já que grande parte vive em zonas rurais, afastadas do ambiente urbano. A Bahia é o maior estado brasileiro em população quilombola, com mais de 268 mil habitantes, de acordo com levantamento do IBGE de 2019.
Para facilitar o enfrentamento da Covid-19 entre quilombolas e indígenas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) antecipou a divulgação da base de informações geográficas e estatísticas sobre essa população em maio de 2020. O levantamento foi realizado em 2019.
De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão, até o dia 24 de junho foram confirmados 311.207 casos de Covid-19. Desse total, 8.841 pessoas morreram e 271.202 se recuperaram da doença.
Dados do Ministério da Saúde mostram que 3.479.700 de doses de vacinas foram distribuídas no estado: 2.713.705 já foram aplicadas, sendo 2.135.288 para a primeira dose e 578.417 para a dose 2. Ainda de acordo com a Pasta, para o enfrentamento da doença, foram destinados ao estado mais de R$ 5 bilhões.
Mesmo que você já tenha sido vacinado, a recomendação é respeitar as medidas sanitárias para reduzir o risco de transmissão da doença. A vacina é segura e trata-se de uma das principais formas de proteção contra o novo coronavírus. Fique atento ao calendário de imunização do seu município. Para saber mais sobre a campanha de vacinação em todo o país, acesse gov.br/saude
Quilombolas que vivem em comunidades quilombolas, que ainda não tomaram a vacina, devem procurar a unidade básica de saúde do seu município. Para mais informações, basta acessar os canais online disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Acesse o portal saude.gov.br/coronavirus ou baixe o aplicativo Coronavírus – SUS LINK 2. Pelo site ou app, é possível falar com um profissional de saúde e tirar todas as dúvidas sobre a pandemia.
Se você sentir febre, cansaço, dor de cabeça ou perda de olfato e paladar procure atendimento médico. A recomendação do Ministério da Saúde é que a procura por ajuda médica deve ser feita imediatamente ao apresentar os sintomas, mesmo que de forma leve. Após a vacinação, continue seguindo os protocolos de segurança: use máscara de pano, lave as mãos com frequência com água e sabão ou álcool 70%; mantenha os ambientes limpos e ventiladores e evite aglomerações.
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