Data de publicação: 11 de Novembro de 2022, 04:00h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:33h
A indústria brasileira apresentará estratégias e soluções para crise climática na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 27. O evento acontece até o dia 18 de novembro na cidade de Sharm el-Sheik, no Egito. De acordo com o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Davi Bomtempo, o setor industrial tem contribuído para o Brasil avançar em direção a uma economia de baixo carbono.
“O primeiro de tudo é apresentar a indústria como parte da solução e mostrar que essa agenda de transição para uma economia de baixo carbono é uma oportunidade, não só para a indústria brasileira, mas uma oportunidade de Brasil”, salienta o gestor.
O segmento vem atuando com grande protagonismo para acelerar a implementação de estratégias, programas e tecnologias que contribuem para que o Brasil avance nas metas estabelecidas no Acordo de Paris. Entre os desafios estão reduzir em 37% as emissões de gases de efeito estufa até 2025 e em 50% até 2030. Outro propósito é zerar o desmatamento ilegal até 2028.
“A indústria brasileira vai ter uma interação bem importante em toda a programação da COP, em toda programação do governo brasileiro, mas especificamente em dois dias uma atuação mais concentrada dentro do estande Brasil”, adianta.
Cerca de 60% das indústrias brasileiras têm área dedicada à sustentabilidade
Governo estabelece regras para implantação de eólicas offshore
A CNI participa das discussões da COP 27 como membro observador e acompanhando todos os temas que estarão em debate. As ações da entidade no evento estarão relacionadas a quatro pilares da estratégia de baixo carbono estabelecidos pela CNI – transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal. “Dentro de cada um desses pilares vem sendo apresentado um plano de ação seja em políticas públicas, em projetos, direcionados a fazer essa transição para a economia de baixo carbono”, detalha Davi Bomtempo.
No dia 15, sob o tema Diálogo Empresarial para uma Economia de Baixo Carbono, a CNI vai debater e trocar informações com representantes de empresas brasileiras e estrangeiras, instituições financeiras e executivos sobre sustentabilidade na indústria. Destaque para as oportunidades de acesso às fontes de financiamento ao setor privado, investimentos e desafios para a transição energética no cenário global; experiências em baixo carbono dos setores industriais de outros países, além do Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira e regras de comércio contra o desmatamento.
Serão discutidos ainda as oportunidades de acesso às fontes de financiamento ao setor privado, novos caminhos de negócios, investimentos e desafios para a transição energética no cenário global, experiências em baixo carbono dos setores industriais de outros países, além do Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira e regras de comércio contra o desmatamento estão entre as pautas. “É uma agenda que vai gerar emprego, renda, arrecadação e, acima de tudo, gerar desenvolvimento econômico, social e ambiental aqui para o nosso país”, destaca o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI.
“O Brasil e o setor industrial têm grande relevância, hoje temos algumas vantagens comparativas que nos colocam como um dos grandes players que podem participar dessas negociações. Ou seja, temos aí uma matriz energética e elétrica bastante renovável, bastante limpa”, explica.
No dia 16, já com um olho na próxima COP, a ser realizada em Dubai, acontece o Brazilian Industry Day, encontro que contempla cinco painéis que serão transmitidos pelo canal da CNI no YouTube: ações para o desenvolvimento do mercado de hidrogênio verde no Brasil; as iniciativas da indústria para uma economia de baixo carbono; contribuições da indústria para a conservação florestal; neutralidade climática e transição energética.
A diretora para Políticas Públicas e Relações Governamentais da The Nature Conservancy (TNC), Karen Oliveira, fala sobre as expectativas em torno do maior evento que discute as questões climáticas no mundo. “As principais expectativas para a COP 27 estão na implementação do Acordo de Paris. Um dos principais objetivos do acordo era impedir o aumento da temperatura global acima de 1.5 graus”, recorda a ativista.
O Acordo de Paris é o tratado que rege as medidas de redução de emissão de gases estufa no mundo, assinado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de Paris, realizada em 2015, na França. Na ocasião, o evento contou com a participação de membros de quase 200 países.
Outros aspectos levantados pela especialista são a mudança do modelo de produção e consumo de energia, atualmente baseado no uso de combustíveis fósseis; e o combate ao desmatamento. “No caso do Brasil reduzir, drasticamente, o desmatamento que hoje é a principal fonte de energia de emissões de gases de efeitos estufas”, diz.