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Projeto de concessão das rodovias do Paraná foi apresentado pelo Ministério da Infraestrutura, em reunião com empresários de diversos setores produtivos e líderes políticos. A proposta envolve mais de 3,3 mil quilômetros de pistas, divididos em seis lotes, entre estradas federais e estaduais. O investimento é de R$ 42 bilhões – maior que o orçamento federal para obras de duplicação. O leilão está previsto para este ano.
Com a melhoria das estradas e na capacidade de escoamento da produção, o estado do Paraná se tornará mais competitivo, atraindo empresas e gerando emprego e renda para a população. O diretor de operações do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná, Alexandre Fernandes, cita como exemplo o contorno que será construído ao redor da cidade de Mandaguari, que vai melhorar o fluxo do trânsito dentro do município e facilitar o escoamento da produção.
Gerente de Assuntos Estratégicos da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), João Arthur Mohr afirma que o novo projeto vai gerar o desenvolvimento econômico do Paraná como um todo, especialmente com os corredores rodoviários que ligam aos principais mercados – como o porto de Paranaguá, para exportação, e o mercado do Sudeste brasileiro. Segundo ele, essa logística vai neutralizar as diferenças de desenvolvimento entre os municípios.
“Se nós temos uma região que tem uma rodovia com baixa capacidade de tráfego, com baixo nível de manutenção – onde caminhões e veículos de passeio correm o risco de gastar horas adicionais ou de problemas mecânicos – aquela região tem mais dificuldade de capitar novos investimentos, ou ampliação de empresas já instaladas”, explica.
O diretor de operações do DER do Paraná, Alexandre Fernandes, detalha também as principais mudanças com o projeto de concessão das rodovias, como o aumento da malha administrada dos atuais 2.495 km para 3.327 km; o aumento do prazo do contrato de 24 para 30 anos; o ciclo de ampliação através das obras de melhoria, que vai se concentrar entre o terceiro e nono ano e o número de praças de pedágio, que passará de 27 para 42 praças. O número de lotes permanece o mesmo – seis lotes. Ele também elenca as melhorias para as estradas do Paraná.
“Entre as melhorias a gente tem aproximadamente 1.700 quilômetros de duplicação, 253 quilômetros de faixas adicionais e nove contornos urbanos”, destaca.
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Segundo o DER, o custo médio dos pedágios do Paraná, atualmente, é de R$ 15,12 para veículos leves (carros, motocicletas e caminhonetes) e de R$ 13,06 para veículos comerciais (caminhões). O leilão da concessão será feito pelo modelo híbrido, ou seja, ganha quem oferecer o maior desconto ao usuário dentro do teto permitido. A expectativa é reduzir as tarifas de pedágio entre 25 e 67% para veículos leves e de 15 a 63% para veículos comerciais. O governo federal informou que vai repassar parte do valor arrecado ao projeto, para melhorias da concessão.
Ainda está em estudo a possibilidade de oferecer descontos progressivos na tarifa do pedágio, de acordo com a frequência que o motorista passa pela via e para usuários que optarem pelo sistema de pagamento automático, outro item favorável ao setor produtivo.
Outras melhorias incluem a adoção de um sistema de segurança viária, com tecnologia capaz de diagnosticar o nível de riscos existentes nas vias; iluminação em LED em todas a rodovias; câmeras inteligentes para o monitoramento do tráfego e construção de 195 passarelas para pedestres.
Na quinta-feira (28), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou os estudos feitos pela Empresa de Planejamento e Logística sobre o novo projeto de concessão. Agora, os detalhes do projeto serão discutidos com a sociedade, em audiência pública, prevista para começar no dia 2 de fevereiro.
Karina Dametto mora e trabalha em uma fazenda no município de Barbosa Ferraz, no noroeste do estado. O celeiro da propriedade produz grãos de soja, que são entregues na cooperativa mais próxima, onde é feito o escoamento até o porto de Paranaguá. Ela espera que a melhoria das rodovias ajude na distribuição dos grãos.
“A concessão das rodovias do Paraná vai ajudar muito no escoamento da produção, porque vai evitar as filas na cooperativa e agilizar para o produtor entregar, sem ter perigo de perder a produção na roça”, comenta.
Segundo o gerente da FIEP, João Arthur Mohr, a concessão das rodovias vai gerar milhares de empregos diretos, como cobradores das praças de pedágio, trabalhadores da conservação das rodovias, equipes de atendimento, vigilância, apoio médico, administração, entre outros.
Além disso, dentro da tarifa de pedágio, está previsto 5% de ISS (Imposto sobre Serviços), o que vai aumentar a arrecadação dos municípios.
O gerente da FIEP, João Arthur Mohr, esclarece que a federação se posicionou fortemente, para que houvesse um novo projeto de concessão das rodovias do Paraná, que trouxesse benefícios para o usuário; sendo contrária à prorrogação do atual contrato.
Ele elenca as sugestões da FIEP ao novo projeto “A primeira: que esse novo modelo traga uma tarifa justa ao usuário. Segundo: nós queremos a garantia da execução das obras. E terceiro: ampla transparência em todo esse processo”, detalha.
A FIEP circulou por mais de quatro mil quilômetros de rodovias do Paraná, mapeando as intervenções necessárias, como duplicação, trevos em nível e desnível, iluminação, terceira faixa, faixas adicionais onde já é duplicado, contornos de cidade, entre outras melhorias que embasaram o projeto de concessão.
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