
LOC: A Câmara dos Deputados aprovou, na última terça-feira, a medida provisória que prorroga os incentivos fiscais para a indústria química e petroquímica até 2027, no âmbito do Regime Especial da Indústria Química, o Reiq. A Câmara teve pressa para votar a MP, que perderia a validade a partir de quarta-feira (1º).
Originalmente, a medida provisória enviada pelo governo federal estabelecia o fim do Reiq. Mas os deputados conseguiram criar uma alternativa, que estabelece uma transição até 2027, com a extinção do regime em 2028.
Na avaliação do deputado federal pelo PCdoB da Bahia, Daniel Almeida, a proposta anterior aumentava o número de demissões do setor, sobretudo em estados do Nordeste, já que impedia a indústria química de se programar adequadamente até o fim gradativo do incentivo.
TEC./SONORA: Daniel Almeida, deputado federal (PCdoB-BA)
“Isso porque a indústria química é uma espécie de mãe das outras indústrias. Além de produzir desemprego, a MP anterior gera instabilidade econômica, jurídica e prejudica a arrecadação tributária em diversas regiões do nosso país.”
LOC.: Apesar do período de transição estabelecido, o diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira da Indústria Química, André Passos, teme que, da forma que foi aprovado o texto, o governo federal possa optar por acabar com os incentivos fiscais no início do próximo ano.
TEC./SONORA: André Passos, diretor de Relações Institucionais, da ABIQUIM
“O deputado incluiu contrapartidas para a obtenção do regime especial no seu relatório, mas, para que essas contrapartidas sejam efetivadas, precisam ser regulamentadas pelo Poder Executivo Federal. No entanto, o relatório não estabeleceu prazo para o Poder Executivo regulamentar essas contrapartidas. Além disso, foi estabelecido que, se o Poder Executivo não regulamentar essas contrapartidas, o Reiq deixa de existir a partir de janeiro de 2023.”
LOC.: De acordo com o novo texto, as empresas terão direito a crédito caso se comprometam a ampliar sua capacidade instalada, ampliar sua produtividade ou instalar novas fábricas para usar gás natural na produção de fertilizantes.
Na proposta, esse crédito é equivalente a 0,5% de PIS/Pasep e PIS/Pasep-Importação e a 1% de Cofins e de Cofins-Importação, incidentes sobre a base de cálculo desses tributos.
Com a colaboração de Daniel Trevor, reportagem, Marquezan Araújo