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Atividade industrial teve quedas em maio, mas se mantém em patamares observados antes da pandemia de Covid-19. De acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), houve retrações significativas nas horas trabalhadas na produção e na Utilização da Capacidade Instalada (UCI).
Segundo o deputado Newton Cardoso Jr. (MDB/MG), presidente da Frente Parlamentar da Indústria na Câmara dos Deputados, a recuperação do setor já era esperada com o avanço da vacinação contra a Covid-19. No entanto, ele destaca os desafios que a indústria nacional ainda precisa enfrentar para se desenvolver.
“A indústria tem o desafio do crescimento; um desafio que está instaurado na estrutura atual de tributação, de funcionamento das leis ambientais e também da proteção dos mercados, que o país ainda precisa em função de um Custo Brasil elevado, que compromete a competitividade dessa indústria”, destaca o parlamentar.
O conselheiro Lauro Chaves Neto, do Conselho Federal de Economia, detalha os motivos que levaram a atividade industrial a recuperar os patamares pré-pandemia. “Isso se deve à reestruturação das cadeias de suprimento e logística e à retomada das cadeias de distribuição para o varejo, para o atacado e, principalmente, para algumas rotas de exportação. Nesse período da pandemia, a indústria brasileira conseguiu se reinventar e promoveu inovações muito importantes nos seus processos, o que gerou um ganho de produtividade que também explica essa retomada.”
Para o deputado Newton Cardoso, é necessário fazer uma reforma tributária que garanta menor taxação da indústria, para recuperar ainda mais seu crescimento. Ele também defende medidas protetivas diante da abertura comercial.
“Ninguém é contra a abertura comercial, mas ela deve ser feita de forma a preservar os empregos e os setores que ainda têm dificuldade com alto Custo Brasil, com leis trabalhistas que são extremamente demandadas e com leis ambientais que desafiam diversos setores”, ressalva.
Atividade industrial de maio atinge patamares pré-pandemia
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Segundo o levantamento da CNI, as horas trabalhadas na produção tiveram queda de 1,8% em maio, em relação a abril de 2021. Considerando os números de março e abril, o indicador mostra uma tendência de queda em 2021.
O faturamento aumentou 0,7% de abril para maio, mas vem oscilando entre altas e quedas desde o início do ano. Segundo os pesquisadores da CNI, o indicador apresenta uma tendência de queda, pois as altas não têm compensado as retrações.
Já a UCI teve uma pequena retração de 0,3 ponto percentual em maio, em comparação com abril, mas atingiu 81,6% - o terceiro mês consecutivo acima de 80%, o que não ocorria desde o período entre novembro de 2014 e janeiro de 2015.
Outros dados do levantamento apontam que o emprego na Indústria de Transformação reforçou a tendência de alta em maio, com crescimento de 0,5% em relação a abril. Já a massa salarial voltou a cair após dois meses de alta, com retração de 0,8% em maio, em comparação ao mês anterior. Além disso, o rendimento médio registrou queda de 2,5% no quinto mês de 2021.
O levantamento mais recente da CNI mostra que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) aumentou 0,3 ponto em julho de 2021, atingindo 62 pontos. Essa é a terceira alta consecutiva e mantém o indicador no patamar de confiança, acima dos 50 pontos. Desde maio, o ICEI acumula crescimento de 8,3 pontos.
O conselheiro econômico, Lauro Chaves Neto, destaca as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) como razão para o aumento da confiança no setor produtivo.
“O setor produtivo e também o industrial retomam a confiança pela expectativa de crescimento do PIB acima de 4,5% em 2021 e a continuidade dessa retomada para 2022. E, sobretudo, pela retomada da agenda de reformas, a qual o setor produtivo imputa como prioritárias para a melhoria da produtividade e a redução do Custo Brasil.”
No estado de Minas Gerais, o índice de evolução da produção apresentou avanço de 8,9 pontos e encerrou o mês de maio com 55,7 pontos. O dado também é da CNI, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). O resultado foi o mais elevado para o mês desde o início da série histórica mensal, em 2010.
A Utilização da Capacidade Instalada na indústria mineira fechou em 47,6 pontos em maio, com crescimento de 1,6 ponto em relação a abril. O indicador mostra que a indústria operou com capacidade abaixo da habitual para o mês, ao ficar abaixo dos 50 pontos. No entanto, o aumento é de 15,5 pontos se comparado a maio de 2020.
O economista Lauro Chaves Neto ressalta que os estados que criaram melhores condições de investimento e infraestrutura para os negócios, com redução de burocracias, conseguem se destacar com indicadores industriais melhores do que a média nacional. Ele também reforça a importância do debate do Pacto Federativo no Congresso Nacional.
“Nós precisamos fortalecer cada vez mais a distribuição de recursos para os estados e principalmente para os municípios, porque quando há essa descentralização, você promove a economia local; e só o desenvolvimento local vai ajudar a combater as desigualdades e a redução da pobreza extrema.”
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