Agência Brasil
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Pavimentação da BR-163 traz redução de até 24% no preço médio do frete. Saiba mais.

Especialistas explicam a relação entre o preço do frete e boas infraestruturas para o escoamento da produção; caminhoneiros, consumidores e o país se beneficiam

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Rodovia de muitas histórias, a BR-163 exemplifica bem o que o investimento em infraestrutura na malha rodoviária brasileira pode trazer em benefícios para o país. Um dos mais importantes é a queda no preço médio de fretes para o escoamento da produção agropecuária, fundamental para o desenvolvimento econômico nacional. 

Após mais de quatro décadas, as obras de pavimentação da BR-163, no trecho que liga Sinop, no Mato Grosso, ao porto de Miritituba, no Pará, foram concluídas e entregues pelo governo federal no início do ano. As cenas comuns de caminhões em congestionamentos enormes, atolados na lama ou com algum outro problema ficaram no passado. 

De acordo com Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, a nova infraestrutura impactou na redução do valor médio do frete em 24%, na comparação entre o antes e o depois da pavimentação. 

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Além dos ganhos para o consumidor interno e externo, Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do movimento, explica que a conclusão das obras permitiu aos caminhoneiros dobrar o número de viagens no trecho entre Sinop e Miritituba e, assim, aumentar a renda. 

“Antes de 2019, o motorista conseguia fazer, no máximo, três viagens e ele acabava tendo uma renda pequena. Após a pavimentação, ele faz de seis a sete viagens por mês. Então, embora o frete tenha reduzido, ele ganha mais do que ganhava nos anos anteriores, com muito menos problema de estragar caminhão”, compara. 

Arte: Brasil 61

Pavimentação x Frete

Dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), mostram que um motorista de caminhão ganhava cerca de R$ 26 mil por mês antes da pavimentação da BR-163. Com a conclusão das obras, o faturamento passou para R$ 39 mil, 50% a mais.  

Assim como na BR-163, o DNIT afirma que tem trabalhado em outras obras inacabadas e na priorização de serviços de restauração e manutenção da malha rodoviária brasileira. Edeon reafirma que uma boa estrada gera menos problemas para os caminhoneiros. “São menos pneus furados e peças quebradas ao longo do trajeto de escoamento. O gasto com gasolina também se torna menor”, diz.

Para especialistas, isso tem um impacto fundamental no preço médio do frete praticado pelos motoristas. É o que explica José Augusto Valente, ex-secretário de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes (hoje uma secretaria do Ministério da Infraestrutura). 

“A redução de custo é significativa. Os riscos de perda do equipamento também. Era comum na BR-163 um caminhão ter quase que perda total {da carga]. O pavimento em boas condições leva a que haja uma redução geral de custos, o que pode levar a uma redução de frete”, avalia. 

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Ferrovias

José Augusto afirma que rodovias bem estruturadas aumentam a competitividade do Brasil no mercado internacional, já que o preço dos produtos tende a diminuir. No entanto, ele ressalta que o investimento em ferrovias tem um potencial muito grande de retorno à economia. “O grande salto que a gente vai precisar dar são as ligações ferroviárias, como a Ferrogrão, por exemplo”, aponta. 

A Ferrogrão é uma das prioridades do Ministério da Infraestrutura. O empreendimento de 933 km é projetado para ligar o Mato Grosso ao Pará e ser o principal responsável pelo escoamento de grãos no país. Hoje, a maior parte dessa produção voltada para as exportações tem que ir até os portos da região Sudeste, cuja distância é duas vezes maior. A ideia do governo federal é leiloar a ferrovia, cujo investimento previsto é de R$ 7,3 bilhões. 

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