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Nova pesquisa da Fiepi e CNI aponta que recuperação da indústria piauiense se mantém estável

Empresários estão otimistas em relação aos próximos seis meses, o que contrasta com a postura atual, de maior cautela

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A retomada da atividade industrial se mantém estável no Piauí. É o que indica a pesquisa de Sondagem Industrial realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Piauí (FIEPI) em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os dados se referem ao mês de setembro. 

Embora estejam confiantes em relação aos próximos seis meses, os industriais piauienses estão cautelosos quanto aos investimentos. Da amostra pesquisada, apenas 36,5% indicaram intenção de realizar aportes. Já o volume de produção das empresas também foi de 36,5%, uma leve queda se comparado a agosto, quando o índice alcançou 43,3%. 

Segundo Zé Filho, presidente da Fiepi, a indústria tem se recuperado acima das expectativas, mas a retomada e o crescimento constante da atividade só serão viáveis se a demanda dos consumidores também se mantiver em alta. Ele destacou que ainda há muito a ser feito. “A retomada foi iniciada, mas há um longo caminho pela frente. Vamos seguir trabalhando e investindo”, pontuou.

Uma boa notícia que a pesquisa traz é que o nível de utilização da capacidade instalada (UCI) em setembro chegou a 49,2%. Em agosto, era de 34,3%. O aumento no índice indica que as indústrias voltaram a produzir de forma consistente. 

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Expectativa

A médio prazo, os empresários demonstram estar otimistas. Cerca de 77,8% indicam estabilidade no número de empregados, o que aponta que não devem ocorrer mais demissões no período. Já 14,3% preveem um aumento no número dos postos de trabalho, embora o índice esteja abaixo da expectativa média dos industriais da região Nordeste (20,3%) e do Brasil (24,2%). 

Já a demanda por produtos apresentou expectativa de aumento de 55,6%, confiança que também se expressa na expectativa para compra de matéria-prima, que é de 47,6%. Em ambos, os números são superiores à média da região Nordeste. 

Apesar da pequena queda na produção e no faturamento, a empresa de Francisco Marques de Melo, do ramo de vestuário, viu na pandemia uma oportunidade para se reinventar e contribuir para o combate à Covid-19. A produção tradicionalmente voltada para uniformes institucionais foi deslocada para confecção de máscaras, aventais e materiais médico-hospitalares. Com isso, foi possível manter os funcionários no quadro de colaboradores. 

Retomar as atividades ao nível anterior à pandemia foi menos complicado, graças à essa mudança de direção. “Foi uma coisa que planejamos estrategicamente no início da pandemia. Tomamos iniciativa de trazer informações técnicas e inovação para fabricar esse novo produto, que antes não fabricávamos”, conta. 

Francisco espera, em breve, retomar o ritmo de produção, que chegava a 20 mil peças por mês, e atingir um patamar ainda mais elevado no próximo ano. “Estamos preparados para o novo momento, que é de trazer uma melhoria qualitativa e quantitativa para a nossa empresa e também para os nossos trabalhadores. Acho que estamos vencendo a pandemia de maneira correta, atendendo a todos os protocolos e, ao mesmo tempo, encontrando um sinal promissor para os novos negócios em 2021”, projeta. 

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